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Myanmar. AIS assinala 2.º aniversário do golpe militar com jornada de oração pela paz

30 jan, 2023 - 08:18 • Olímpia Mairos

Presidente executivo internacional da Fundação AIS diz que desde o golpe dos militares, a 1 de fevereiro de 2021, passaram “24 meses de luta e horror”, destacando “o consolo e apoio que a presença de religiosos e religiosas proporciona aos deslocados”, aos fiéis que face aos ataques, "por vezes impiedosos" às aldeias e vilas onde vivem, são forçados a abandonar tudo e a fugir.

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A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) está a promover uma jornada de oração pela paz em Myanmar e convoca todos os seus benfeitores e amigos a unirem-se a este período de oração de três dias que se inicia esta segunda-feira, dia 30 de janeiro, e se prolonga até quarta, 1 de fevereiro, data em que se assinala o segundo aniversário do golpe militar.

Segundo o presidente executivo internacional da Fundação AIS, Thomas Heine-Geldern, a instituição tem recebido “inúmeros testemunhos de sofrimento”, e diz que “é muito comovente” ouvir falar de pessoas “que deambulam à beira da estrada, que não sabem para onde ir porque passaram o último ano e meio sem encontrar um abrigo seguro, vagueando frequentemente de um lugar para outro”.

A oração que é proposta aos benfeitores e amigos da AIS é dirigida especialmente “a todos os deslocados internos, incluindo crianças, mulheres, idosos e doentes nas áreas afetadas. São centenas de milhares e muitos lutam para sobreviver no dia a dia”, assinala Heine-Geldern, acrescentando que a oração é também dirigida a “todos aqueles que podem pôr fim a esta tragédia”.

“Rezemos pelo fim da violência e pelo regresso ao diálogo, que seria uma considerável fonte de força para o futuro de Myanmar”, apela o responsável, sublinhando que “aquilo de que este país, que suportou tanto sofrimento ao longo da sua história, mais precisa neste momento é de paz”.

Thomas Heine-Geldern assinala que desde o golpe dos militares, a 1 de fevereiro de 2021, passaram “24 meses de luta e horror”, destacando “o consolo e apoio que a presença de religiosos e religiosas proporciona aos deslocados”, aos fiéis que face aos ataques, por vezes impiedosos às aldeias e vilas onde vivem, são forçados a abandonar tudo e a fugir.

“Muitos sentem-se indefesos e desamparados. A presença da Igreja dá-lhes alguma esperança, mas precisamos de rezar especialmente pelos padres, religiosos e catequistas, pois estão sujeitos a um enorme stress psicológico e físico”, diz o presidente da AIS.

De acordo com a AIS, algumas das áreas mais afetadas incluem os estados de Chin, Kayah e Karen, que têm uma considerável população cristã e onde muitas atividades pastorais regulares foram interrompidas no meio de uma crise humanitária de grandes proporções. Pelo menos 16 paróquias foram abandonadas, 19 igrejas e edifícios religiosos foram destruídos no estado de Kayah. Muitos padres e religiosos têm acompanhado o seu povo, refugiando-se na selva ou em comunidades remotas.

“Estes lugares foram palco de atrocidades e violência direta. Noutros, a Igreja está a ajudar, apesar dos graves riscos, a lidar com este número cada vez maior de deslocados internos, carecendo mesmo das condições mais básicas necessárias para sobreviver. Nas instalações da Igreja, na selva ou nos campos, as vítimas recebem apoio independentemente da sua fé. Os voluntários distribuem alimentos, cobertores, lenha, medicamentos e outros artigos de ajuda de emergência a todos os que deles necessitam”, realça o presidente internacional da AIS.

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