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Dia Mundial das Comunicações Sociais

Mensagem do Papa pede "coração" aos comunicadores

24 jan, 2023 - 11:04 • Aura Miguel

Na mensagem para a data que se assinala a 21 de maio, Francisco pede também aos comunicadores que não se ponham à defesa, mas sejam “ousados e criativos, prontos a arriscar na procura dum terreno comum onde encontrar-se”.

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Foto: Pavel Mikheyev/Reuters
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Foto: Ettore Ferrari/EPA
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“Falar com o coração testemunhando a verdade no amor” é o tema que inspira a Mensagem do Papa Francisco para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se assinala a 21 de maio de 2023.

“Hoje é tão necessário falar com o coração para promover uma cultura de paz, onde há guerra; para abrir sendas que permitam o diálogo e a reconciliação, onde campeiam o ódio e a inimizade”, escreve o Santo Padre.

"No dramático contexto de conflito global que estamos a viver, urge assegurar uma comunicação não hostil. É necessário vencer o hábito de denegrir rapidamente o adversário, aplicando-lhe atributos humilhantes, em vez de se enfrentarem num diálogo aberto e respeitoso.”

Para isso ser possível, Francisco considera que são necessários “comunicadores prontos a dialogar, ocupados na promoção dum desarmamento integral e empenhados em desmantelar a psicose bélica que se aninha nos nossos corações”.

A grande tarefa dos comunicadores

Francisco pede aos comunicadores que não se ponham à defesa, mas sejam “ousados e criativos, prontos a arriscar na procura dum terreno comum onde encontrar-se”.

O Papa lembra que, tal como aconteceu há 60 anos, “também agora, a humanidade vive uma hora escura temendo uma escalada bélica, que deve ser travada o mais depressa possível, inclusivamente em termos de comunicação".

"Fica-se apavorado ao ouvir com quanta facilidade se pronunciam palavras que invocam a destruição de povos e territórios; palavras que, infelizmente, se convertem muitas vezes em ações bélicas de celerada violência", reforçou.

O Santo Padre reafirma que é preciso "rejeitar toda a retórica belicista, assim como toda a forma de propaganda que manipula a verdade, deturpando-a com finalidades ideológicas”. E, em vez disso, há que “promover, a todos os níveis, uma comunicação que ajude a criar as condições para se resolverem as controvérsias entre os povos”.

Como comunicar cordialmente

“Para se poder comunicar testemunhando a verdade no amor, é preciso purificar o próprio coração”, propõe o Papa aos comunicadores. “Só ouvindo e falando com o coração puro é que podemos ver para além das aparências, superando o rumor confuso que, mesmo no campo da informação, não nos ajuda a fazer o discernimento na complexidade do mundo em que vivemos”.

Esta mensagem cita a frase de São Francisco de Sales, padroeiro dos comunicadores, "o coração fala ao coração", para explicar que “a comunicação nunca deveria reduzir-se a um artifício, a uma estratégia de marketing, mas era o reflexo do íntimo, a superfície visível dum núcleo de amor invisível aos olhos”.

Francisco sabe que este “apelo para se falar com o coração, interpela radicalmente este nosso tempo, tão propenso à indiferença e à indignação, baseada por vezes até na desinformação que falsifica e instrumentaliza a verdade”, mas garante que “por vezes, o falar amável abre uma brecha até nos corações mais endurecidos”. E pode servir de “antídoto contra a crueldade que, infelizmente, envenena os corações e intoxica as relações”.

O grande desejo do Papa é que, no âmbito dos mass media, “a comunicação não fomente uma aversão que exaspere, gere ódio e conduza ao confronto, mas ajude as pessoas a refletir calmamente, a decifrar com espírito crítico e sempre respeitoso a realidade onde vivem.”

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  • Desabafo Assim
    24 jan, 2023 Porto 14:15
    Vi mas não escrevi e a memória foi apagada, como é frequente, no passar do presente para o passado em cada noite em que adormecemos, disso só ficou o refrão, todos os caminhos, por mais sinuosos que se apresentem, tendem sempre para um fim único, onde reina a sabedoria, o bem, por mais voltas que dê, o fim é sempre o mesmo, o bem, na vitória do bem sobre o mal, nos nossos corações, é sempre a tolerância aos erros dos outros, o sangrar do nosso orgulho, a aceitação com resignação nas adversidades são sempre um caminho tumultuoso antes de dar o primeiro passo, quando o fazemos, sempre de contra vontade, tudo se modifica de um momento para o outro, que mistério, como pode alguma coisa ter tanta força, tanto poder e no primeiro passo no sentido oposto se desfazer e cair por terra não deixando uma única marca, como é possível? Uma simples palavra funda toda uma certeza inquestionável, e numa simples contrariedade desmorona-se, desaparece. Todos os opositores têm uma certeza absoluta e inquestionável mas basta darem um único passo no sentido contrário, nada lá fica, é um facto, tal como de uma larva nascer uma borboleta.

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