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D. Manuel Clemente recebido pelo Papa a seu pedido

05 ago, 2022 - 10:30 • Ângela Roque

Audiência decorreu numa altura em que várias notícias relacionadas com abusos na Igreja surgiram na imprensa, com críticas às autoridades eclesiásticas por alegadamente não terem reportado às autoridades civis algumas dessas situações.

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O Papa Francisco recebeu esta sexta-feira de manhã o Cardeal-Patriarca de Lisboa. O encontro foi pedido por D. Manuel Clemente, segundo confirma uma nota do Patriarcado.

O texto avança que a audiência privada “realizou-se num clima de comunhão fraterna e num diálogo transparente sobre os acontecimentos das últimas semanas que marcaram a vida da Igreja em Portugal”.

Várias notícias relacionadas com abusos na Igreja têm estado sob os holofotes da imprensa, com críticas às autoridades eclesiásticas por alegadamente não terem reportado às autoridades civis algumas dessas situações. É o caso de uma suspeita de abuso, que remonta aos anos 90, e da qual D. Manuel Clemente teve conhecimento mais tarde. Já como patriarca recebeu a vítima, que lhe pediu para que o caso não fosse tornado público.

Foi o Cardeal-Patriarca que criou em Lisboa a primeira comissão diocesana de proteção de menores, em 2019, num exemplo que foi depois seguido por outras dioceses do país.

No final de julho, o Cardeal-Patriarca publicou uma carta aberta reagindo a notícias sobre um caso de abuso de menores por um sacerdote denunciado em 1999.

Nesta missiva, termina dizendo: "Aceito que podemos e devemos fazer sempre melhor", remata o cardeal. "Desde a primeira hora que no Patriarcado de Lisboa dei instruções para que a Tolerância Zero e a Transparência Total sejam regra conhecida de todos."

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  • José J C Cruz Pinto
    05 ago, 2022 ÍLHAVO 10:36
    É irrelevante confirmar-se se são poucos ou muitos os casos. O que sabemos é que eles vão aparecendo dia após dia, em Portugal e pelo mundo fora, depois de encobertos durante anos. O que é verdadeiramente relevante em todos os casos é que (1) a denúncia dos crimes à Justiça não expõe necessariamente as vítimas, nem arrasta os casos para o domínio público (se todos cumprirem a lei), e (2) é falso que sejam os actuais "procedimentos" que passaram a exceder os padrões e princípios reais da Fé Cristã Católica (passados e de sempre) - como se poderá pensar -, mas os seus procedimentos que quase nunca retrataram, nem ainda retratam, os seus padrões e princípios. Continua, pois, a ser prioritário e urgente limpar depressa, e de vez, toda esta (para além de toda a restante) porcaria, incluindo aquela de que, embora antiga, se vai eternizando e propagando o mau cheiro. Não chega simplesmente, sem nada mais se fazer, esperar pela infinita Misericórdia Divina para tudo finalmente se limpar.

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