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Angola classifica igreja matriz de Waku Kungo. O templo é uma cópia da de Santa Comba Dão

04 ago, 2022 - 12:41 • Lusa

Decreto destaca que a igreja, da segunda metade do século XX, é a "mais bela peça da arquitetura religiosa da sua época existente em Angola" e reconhece a necessidade de promover o seu reconhecimento como construção singular.

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O governo angolano decidiu classificar como património histórico-cultural nacional a igreja matriz de Waku Kungo, da autoria do arquiteto Fernando Batalha, uma cópia fiel da de Santa Comba Dão, concelho natal de Salazar.

O decreto executivo assinado pelo ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Filipe Zau, destaca que a igreja, da segunda metade do século XX, é a "mais bela peça da arquitetura religiosa da sua época existente em Angola" e reconhece a necessidade de promover o seu reconhecimento como construção singular.

A igreja localiza-se no município da Cela, na província do Cuanza Sul, a cerca de 400 quilómetros da capital angolana Luanda.

A Cela foi criada como colonato em 1952, tendo sido desenvolvida para assegurar a exploração agrícola e pecuária, contando com populações rurais vindas da metrópole.

Numa nota histórica publicada no portal Património de Influência Portuguesa (HPIP), da Fundação Calouste Gulbenkian, a arquiteta Maria Manuela Fonte, refere que o colonato era constituído por 15 aldeias.

Foram denominadas Santa Isabel, Monsanto, Gradil, Pena, Freixo, Santo António de Cavaleiros, Santiago de Adenhaga, Carrasqueira, Lardosa, Sé Nova, Montoito, Vimieiro (terra natal do ditador), Melo, Alqueidão, São Mamede e compunham-se de casas de desenho simples, que reproduziam modelos dos bairros económicos da metrópole, também eles de cariz rural.

O colonato seria povoado com trezentas e cinquenta famílias (cerca de 3.000 habitantes), dos quais metade eram oriundos de Trás-os-Montes e Alto Douro, e os restantes de outros pontos do país.

O Gabinete de Urbanização Colonial desenvolveu o projeto, sendo os planos assinados pelo arquiteto Fernando Batalha em 1952.

A vila de Santa Comba Dão, sede do povoamento agrário, era a que mais se destacava pela representatividade e dimensão.

"O seu desenho, de composição simétrica com uma grande alameda ao centro, onde se localizam as várias peças de equipamento, termina este percurso, ao longo de suave declive, na sua igreja matriz, cópia fiel da original construída em Portugal em Santa Comba Dão, terra de Salazar", descreve Maria Manuela Fonte.

Em Santa Comba Dão existiam edifícios com várias funções e programas, nomeadamente os Paços do Concelho, camaratas para colonos recém-chegados, messe de operários, mercado, hospital e pousada, inicialmente construída para ser convento de religiosas, mas que foi utilizada como a Estalagem do Monte.

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