09 jul, 2022 - 18:25 • Ângela Roque
Na mensagem para o Domingo do Mar 2022, que a Igreja celebra a 10 de julho, o prefeito do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral lembra que as dificuldades das tripulações marítimas se agravaram com a pandemia. O cardeal Michael Czerny lamenta que, mesmo vacinados, muitos continuem a ser impedidos de desembarcar.
“Vários governos e companhias de navegação ainda se recusam a permitir que os marinheiros desembarquem. Para piorar a situação, alguns marinheiros podem ir a terra se tiverem a ‘cidadania adequada’. Essa discriminação é tão injusta quanto imoral. Todos nós devemos lembrar que a dignidade inata dos marinheiros como seres humanos deve ser respeitada”, escreve aquele responsável, acrescentando que com a pandemia “mais de 400 mil marítimos ficaram retidos a bordo, impossibilitados de deixar o navio no final do contrato e voltar para casa para as suas famílias”.
A mensagem lembra que mais de um milhão de marinheiros transportam, todos os dias do ano, “os bens que usamos e consumimos”, num “trabalho essencial” que deve ser agradecido. “É hora de dizer ‘obrigado!’“, lembra o cardeal, que fala, ainda, do impacto da guerra da Ucrânia para quem tem “a árdua tarefa de navegar através das minas no Mar Negro e no Mar de Azov”. “Muitos navios afundaram-se e muitas vidas foram perdidas durante essa guerra injusta e imoral”, lê-se na mensagem.
O Domingo do Mar é celebrado anualmente no segundo domingo do mês de julho, homenageando os marinheiros e pescadores, mas também os capelães e voluntários da ‘Stella Maris’ – o Apostolado do Mar da Igreja católica.
A comemoração nasceu em 1975, em Inglaterra, por iniciativa precisamente do Apostolado do Mar, mas assumiu ao longo do tempo uma dimensão internacional e ecuménica, sendo assinalado pela comunidades cristãs em todo o mundo.