Tempo
|
A+ / A-

Primeira igreja católica vandalizada na Guiné-Bissau

07 jul, 2022 - 18:28 • Ana Lisboa

O caso, que deixou a comunidade cristã inquieta e assustada, já está a ser investigado pela polícia.

A+ / A-

A Igreja de Santa Isabel de Gabú, em Bafatá, foi atacada e vandalizada no último fim de semana.

O incidente, "o primeiro de que há memória neste país africano de língua oficial portuguesa, está a inquietar a comunidade cristã, desde que as imagens da destruição no templo foram postas a circular nas redes sociais", avança a Fundação Ajuda à igreja que Sofre (AIS).

O administrador diocesano de Bafatá manifestou a esperança "de que se terá tratado de um ato isolado, que não irá afetar a relação de boa convivência no país.

O padre Luccio Brentegani afirmou que "pode existir alguém que não está de acordo com a nossa fé ou com algo nas nossas vidas, mas temos que continuar a celebrar a nossa fé, a nossa confiança em Deus, e a celebrar a comunhão entre nós e com todos os nossos irmãos sem a distinção de raça ou religião. Assim como foi na Guiné-Bissau, nós queremos continuar a viver unidos, de mãos dadas, amando-nos uns aos outros como Jesus nos ensinou"

Entretanto, o secretário regional de Gabú, Mussá Câmara, já veio afirmar "o compromisso das autoridades na descoberta dos responsáveis pelos atos de vandalismo, de forma a poderem responder perante a Justiça".

Também o Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, comentou o incidente, embora desvalorizando a sua importância.

Apesar de inédito, e de ainda não se saber a origem deste incidente que está a ser investigado pela Polícia, ele "vem dar algum relevo aos alertas do relatório anual do Governo norte-americano sobre a liberdade religiosa, divulgado em junho e em que se refere o aumento do extremismo na Guiné-Bissau", sublinha a AIS.

Esta constatação vem no seguimento das conclusões também do Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, editado em abril do ano passado, em que se pode ler que "a tensão está a crescer" neste país africano, sublinhando-se o facto de que "alguns grupos terroristas jihadistas se têm envolvido cada vez mais em atividades ilegais", nomeadamente relacionadas com o tráfico de estupefacientes.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+