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“Uma prenda especialmente valiosa”. Vila Real tem três novos padres

03 jul, 2022 - 18:20 • Olímpia Mairos

Na ordenação de três sacerdotes, D. António Augusto Azevedo deixou desafios a um estilo sacerdotal “mais simples e sóbrio, mais próximo e acolhedor das pessoas, capaz de sair, de ir ao encontro de todos, sobretudo dos pobres e dos frágeis”.

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A celebrar o centenário da sua criação, a Diocese de Vila Real vestiu-se, este domingo, de festa para a ordenação de três novos presbíteros: Daniel Pinto Coelho, João Paulo Cunha Silvino e Miguel Ângelo Águeda dos Santos.

Na homília da eucaristia, o bispo diocesano começou por afirmar que “a Igreja de Vila Real vive hoje um dia de júbilo e de festa pela ordenação de três novos presbíteros”, ressaltando que “cada ordenação, pelo seu significado e raridade é um momento especial na vida da diocese”.

“Em pleno ano jubilar do centenário da nossa diocese, a ordenação de três novos sacerdotes é um grande dom de Deus, uma prenda especialmente valiosa”.

O bispo diocesano lembrou, depois, aos novos padres que a Igreja que os acolheu e os ajudou a crescer “tem agora a legítima expectativa” que sejam “padres dignos e pastores dedicados”.

“Sereis os novos membros de um presbitério que no último século constituiu um pilar fundamental da vida da diocese”, disse o prelado.

Um novo estilo sacerdotal

O responsável católico refletiu, depois, com a assembleia, sobre evangelho deste domingo que relata o envio dos setenta e dois discípulos e apontou ao “estilo de vida sacerdotal no nosso tempo”.

“Um estilo mais simples e sóbrio, um estilo mais próximo e acolhedor das pessoas, capaz de sair, de ir ao encontro de todos, sobretudo dos pobres e dos frágeis”, explicou.

Para D. António Augusto Azevedo, o contexto social e cultural em que vivemos, bem como o importante processo sinodal que a Igreja está a viver, têm evidenciado a necessidade de uma mudança de paradigma no modo de exercer o ministério sacerdotal.

Neste contexto, defende que “o acento deve passar do poder para o serviço, a inspiração deve ser evangélica e não mundana; a atitude mais sinodal e menos autoreferencial. Um ministério que se abre e promove outros ministérios e menos um ministério que concrentra tudo em si, dispensando os outros”.

“A conversão a este estilo mais evangélico é indispensável para que o ministério sacerdotal seja mais credível, atrativo para os mais jovens e inspirador para todos os que buscam referências para o seu caminhar na fé”.

O prelado lembrou ainda que “o sacerdote é, acima de tudo, um dom e um sinal de Deus. Foi chamado por Ele e é enviado a servir a sua Igreja”.

“Essa raiz do ministério recomenda que uma vida sacerdotal para ser fecunda, fiel e feliz precisa de estar ancorada numa profunda espiritualidade. Aquela espiritualidade própria do padre diocesano que se alimenta na oração e na liturgia quotidianas”, explicou.

“Um sacerdote não perde a sua humanidade”

D. António Augusto Azevedo referiu também que “o padre é um homem de paz” e, por isso, “é chamado a ser instrumento da paz que Deus deseja para o mundo”.

“Num tempo em que na sociedade se acentuam fraturas preocupantes, em que há feridas provocadas por divisões nas famílias e comunidades, é fundamental que um ministro da Igreja sinta a urgência de anunciar a paz, propôr o diálogo e o exercício da fraternidade e do perdão”, apontou.

“Apesar das retóricas belicistas é preciso não desistir de acreditar na paz, justa, autêntica e digna, nem deixar de estabelecer pontes”.

Quase a terminar a sua homília, o bispo de Vila Real advertiu que “embora homem de Deus, um sacerdote não perde a sua humanidade, antes transporta sempre consigo a sua história, os seus sonhos e projetos, as suas limitações e fraquezas”.

“A vida do padre não está isenta de momentos de cruz, de dor e sofrimento. O segredo é vivê-los, como o Apóstolo, em comunhão com Cristo, sabendo que a sua cruz nos leva sempre à vitória e à vida”, destacou.

O bispo da Diocese de Vila Real, expressando alegria e esperança pela ordenação dos três novos sacerdotes realçou que “a convicção de quem vai iniciar o caminho só pode ser a de que o Senhor fará grandes coisas em vós e através de vós”.

“Essa expectativa é confirmada pelo ministério de tantos padres ao serviço desta diocese nestes cem anos, cujas vidas sacerdotais foram belas e felizes porque frutificaram com alegria”, concluiu.

O bispo de Vila Real presidiu, este domingo, à celebração de ordenação sacerdotal de Daniel Pinto Coelho, 27 anos, natural da paróquia de Póvoa de Agrações, João Paulo Cunha Silvino, 27 anos, natural da paróquia de Boticas e Miguel Ângelo Águeda dos Santos, 26 anos, natural da paróquia de Alijó.

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