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Pio XII. Arquivos com pedidos de ajuda de judeus que fugiram aos nazis disponíveis online

23 jun, 2022 - 16:59 • Ana Catarina André

Num texto publicado esta quinta-feira, o arcebispo Paul Gallagher, secretário do Vaticano para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais, adianta que os ficheiros dizem respeito a mais de 2700 casos de famílias ou grupos perseguidos por nazis

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Os arquivos que preservam os pedidos de ajuda que os judeus de toda a Europa fizeram ao Papa Pio XII, na sequência das perseguições nazis, estão agora disponíveis na Internet, a pedido do Papa Francisco.

Numa fase inicial, será possível consultar 70% dos 170 volumes desta série documental intitulada “Ebrei” (Judeus), composta por cerca de 40 mil ficheiros. Mais tarde, “serão integrados os restantes volumes”, assegura o Vaticano.

Num artigo, divulgado esta quinta-feira, o secretário do Vaticano para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais, arcebispo Paul Gallagher, adianta que a documentação pertencente aos Arquivos Apostólicos sobre o Pontificado de Pio XII diz respeito a mais de 2.700 casos de famílias ou grupos que procuraram ajuda. “Os pedidos chegaram à Secretaria de Estado, onde os canais diplomáticos tentaram fornecer toda a ajuda possível, tendo em conta a complexidade da situação política no contexto global.”

Mais do que a reprodução dos pedidos de ajuda

De acordo com o mesmo texto, “à reprodução fotográfica de cada documento, junta-se também um ficheiro com o inventário analítico da série, incluindo os nomes dos destinatários da ajuda, que estará também disponível online”.

Segundo o arcebispo Paul Gallagher, “a disponibilização da digitalização desta série, irá permitir aos descendentes daqueles que procuraram ajuda, encontrar vestígios dos seus entes queridos a partir de qualquer parte do mundo.”

A abertura dos Arquivos Apostólicos sobre o Pontificado de Pio XII, que teve lugar em março de 2020, era há muito esperada por investigadores de todo o mundo. Na época, o cardeal Tolentino Mendonça, arquivista e bibliotecário da Santa Sé, disse que “ao colocar à disposição dos estudiosos este 'corpus' de documentos, a Igreja segue uma linha de secular compartilhamento com os estudiosos, sem exclusões ideológicas, de fé ou nacionalidade. Todos são bem-vindos”.

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