Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Cardeal patriarca escreve sobre “O Catolicismo, Portugal e a Europa”

31 mai, 2022 - 00:39 • Ângela Roque

Prefácio e introdução do novo livro de D. Manuel Clemente sublinham profundidade do pensamento do historiador, que já foi Prémio Pessoa. A obra, editada pela Universidade Católica, vai ser apresentada esta terça-feira por Durão Barroso.

A+ / A-

“O Catolicismo, Portugal e a Europa – Uma relação criativa” é a mais recente obra de D. Manuel Clemente, publicada pela Universidade Católica Editora, e que vai ser apresentada esta terça-feira.

O livro reúne alguns textos do cardeal patriarca de Lisboa e magno chanceler da Universidade Católica Portuguesa (UCP), “um dos mais perspicazes e profundos historiadores do Portugal moderno” e “uma das vozes mais relevantes da intelectualidade portuguesa”, sublinha no prefácio a reitora da Católica.

Para Isabel Capeloa Gil, a edição desta obra constitui, por isso, “um gesto de reconhecimento e de justa homenagem” a D. Manuel Clemente, cuja reflexão sobre o passado ajuda a “entender o presente e projetar o futuro”, ainda mais “num tempo de particular exigência para o modelo civilizacional e cultural que radica nas raízes cristãs, e de forte ameaça ao projeto social, económico e político da Europa”.

Na introdução do livro também o antigo reitor da UCP, Manuel Braga da Cruz, considera o cardeal patriarca um “intelectual comprometido”, com uma “eminente preocupação pastoral”, que neste livro “não se limita à descrição dos acontecimentos que analisa”. O centro das suas preocupações intelectuais, diz, “é a relação entre o cristianismo e o mundo e, com ela, a relação entre a Igreja e a sociedade”.

“Interessa-lhe perceber como é que os cristãos influenciam as sociedades, como é que a ordem espiritual interfere na ordem política, como coexiste a esfera religiosa com a esfera pública”, refere ainda Braga da Cruz, sublinhando que neste livro “a investigação histórica levou-o a concluir pela necessidade de um novo modo de ser cristão, de uma recriação da Igreja, onde os leigos tenham um papel de primeira importância, tendo sobretudo em vista as pistas de uma nova evangelização, que deve reservar à cultura e à estética um lugar privilegiado, sem descuidar o testemunho desinteressado da caridade, nos campos económico e social”.

No livro D. Manuel Clemente, historiador e já galardoado com o Prémio Pessoa, reflete sobre “O catolicismo na História”, “Catolicismo e Liberalismo”, “O Catolicismo e a República”, “O Catolicismo na Identidade Nacional”, “A Europa e o Catolicismo” e “O futuro do Catolicismo, de Portugal e da Europa”, capítulo que inclui várias reflexões, uma delas sobre ‘Os portugueses em 2030’, onde o Cardeal-Patriarca fala do envelhecimento da população e da necessidade de se “evoluir”, não desprezando o contributo dos mais velhos.

“Não seria demais, por exemplo, constituir a vários níveis uma espécie de “senado”, em que os mais velhos e experientes se pronunciassem preventivamente sobre medidas e projetos dos responsáveis ativos, mesmo que só a título consultivo”, escreve D. Manuel Clemente, que alerta ainda para a urgência de uma nova “pedagogia cultural e social”, e considera inevitável reconhecer que nem Portugal nem os restantes países europeus sobreviverão “sem incluir populações jovens de outros continentes – o que para nós nem é sequer uma novidade”.

O lançamento da obra está marcado para esta terça-feira, 31 de maio, às 18h30, no auditório Cardeal Medeiros, na sede da UCP em Lisboa.

A apresentação será feita pelo antigo primeiro-ministro e presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

A sessão inclui um debate entre o cardeal patriarca e o historiador António Araújo, sobre ‘Portugal e a Europa: Uma conversa sem fim’, com moderação de Maria João Avillez.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+