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​Bispo do Porto critica “populismos que reduzem a segurança ao medo”

27 mai, 2022 - 15:36 • Henrique Cunha

Na sua mensagem semanal publicada no site da Diocese, D. Manuel Linda reflete sobre a expressão do populismo na sociedade e também na Igreja.

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“Os populismos reduzem a segurança ao medo e exploram o pânico que aí se origina”, afirma o bispo do Porto, D. Manuel Linda.

Na sua mensagem semanal publicada no site da Diocese, D. Manuel Linda reflete sobre a expressão do populismo na sociedade e também na Igreja.

O prelado afirma que, para os populismos, “tudo o que se afasta da sua raça ou cultura padrão constitui uma ameaça”.

“Advogam um novo rearmamento bélico, um discurso de afrontamento, estruturas que impossibilitem a miscigenação e a coexistência, uma nova divisão do mundo em blocos”, reforça.

D. Manuel Linda afirma, por outro lado, que “por detrás desta mentalidade quase sempre subjaz uma ideia violenta de ordem social, tal como faziam as doutrinas de segurança nacional, fosse o comunismo soviético, fossem os regimes fascizantes da América Latina”.

O prelado refere que “a passagem de uma segurança imposta a um sistema aberto, leva muitos a sentirem-se desorientados e a procurar na via do «regresso ao passado» a superação dos medos que a novidade origina”.

“É o caso, por exemplo, da liturgia e das perspetivas eclesiológicas católicas: porque associam cristandade com época áurea, alguns procuram nos velhos ritos e doutrina uma resposta aos inegáveis reptos que a cultura da indiferença lança à Igreja no Primeiro Mundo”, sublinha.

D. Manuel Linda conclui a sua mensagem semanal afirmando que “quando se faz da segurança o critério supremo da existência, só pode prosperar o medo e a violência extrema para com o adversário”. Ou seja, “o contrário da atitude de Jesus de Nazaré que, no caso da tempestade aplacada quando atravessava o lago de Tiberíades juntamente com os Apóstolos, os faz ver que os grandes inimigos da segurança, afinal, são o medo e a falta de fé”.



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