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Dia Mundial de Oração pelas Vocações

Mensagem do Papa diz que somos todos chamados "a curar as feridas" em tempos de guerra e opressão

05 mai, 2022 - 11:32 • Aura Miguel

Mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações assinala “os ventos gélidos da guerra e da opressão” e aponta a uma Igreja cada vez mais sinodal.

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“Chamados a edificar a família humana” é o tema escolhido pelo Papa para o 59.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que se assinala no próximo domingo, 8 de maio.

Numa mensagem divulgada esta quinta-feira, Francisco sublinha que “enquanto continuam a soprar os ventos gélidos da guerra e da opressão e frequentemente testemunhamos fenómenos de polarização”, a vida da continua. Por isso, é “urgente e necessário que todos os homens e mulheres de boa vontade caminhem juntos”. E explica porquê: “Queremos contribuir para construir a família humana, curar as suas feridas e projetá-la para um futuro melhor” .

Para esta missão, todos são chamados porque “a palavra 'vocação' não deve ser entendida em sentido restrito”.

O Papa escreve que “é preciso acautelar-se da mentalidade que separa sacerdotes e leigos, considerando protagonistas os primeiros e executores os segundos” pois a missão cristã deve ser dada “conjuntamente, leigos e pastores como único Povo de Deus”.

Para expressar a dinâmica da vocação e o olhar de Deus sobre cada pessoa, Francisco cita umas palavras do famoso Miguel Angelo: “‘No interior de cada bloco de pedra, há uma estátua, cabendo ao escultor a tarefa de a descobrir’. Se tal pode ser o olhar do artista, com muito mais razão assim nos vê Deus: naquela jovem de Nazaré, viu a Mãe de Deus; no pescador Simão, filho de Jonas, viu Pedro, a rocha sobre a qual podia construir a sua Igreja; no publicano Levi, entreviu o apóstolo e o evangelista Mateus; em Saulo, cruel perseguidor dos cristãos, viu Paulo, o apóstolo dos gentios. O seu olhar de amor sempre nos alcança, toca, liberta e transforma, fazendo com que nos tornemos pessoas novas”, garante o Papa.

“É assim que Deus nos olha: em cada um de nós, vê potencialidades, às vezes ignoradas por nós mesmos, e atua incansavelmente, ao longo da nossa vida, a fim de as podermos colocar ao serviço do bem comum”, realça.

Francisco sublinha ainda que é na diversidade de vocações que se constrói um mundo fraterno: “Somos como os ladrilhos dum mosaico, belos já quando vistos um a um, mas só juntos é que formam uma imagem. Brilhamos, cada um e cada uma de nós, como uma estrela no coração de Deus e no firmamento do universo, mas somos chamados a compor constelações que orientem e iluminem o caminho da humanidade, a partir do ambiente onde vivemos”.

Por isso, é na convivência das diferenças, que a Igreja “é sinal e instrumento daquilo a que toda a humanidade é chamada”. Uma Igreja chama a ser “cada vez mais sinodal, capaz de caminhar unida na harmonia das diversidades, onde todos têm a sua própria contribuição para dar e podem participar ativamente”, observa na mensagem.

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