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Ucrânia. D. José Ornelas condena "barbárie" da guerra

28 fev, 2022 - 20:08 • Ecclesia

Bispo eleito de Leiria-Fátima associa-se à jornada mundial de oração e jejum pela paz, convocada pelo Papa para esta quarta-feira, considerando-a um “desafio importante” para superar discursos contra outros povos ou Igrejas.

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O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) condenou esta segunda-feira a “barbárie” da guerra na Ucrânia, criticando a lógica “imperialista” que diz estar por trás da invasão russa.

“Estamos a assistir a uma barbárie”, disse D. José Ornelas à Agência ECCLESIA, considerando que esta é “uma situação de grande preocupação”.

O responsável católico questiona o recuo nas relações entre países, na Europa, evocando as imagens que chegaram do “início da II Guerra Mundial” (1939-1945).

“O paradigma que está por trás disto é achar que um Estado tem o direito de determinar outro, de intervir com toda a violência que hoje a guerra comporta, para impor a sua vontade imperial sobre os outros”, alerta.

O presidente da CEP elogia a mobilização de “vontades e pessoas” para encontrar respostas ao conflito militar, convidando todos a colocar-se “ao lado dos que são espezinhados nos seus direitos”, para lhes prestar toda a ajuda e solidariedade.

“Aceitar que a guerra é uma forma de resolver as questões não é lógico nem humano”, insiste D. José Ornelas.

O bispo eleito de Leiria-Fátima associa-se à jornada mundial de oração e jejum pela paz, convocada pelo Papa para esta quarta-feira, considerando-a um “desafio importante” para superar discursos contra outros povos ou Igrejas.

“Não podemos entrar no mesmo clima de ódio”, adverte.

O presidente da CEP sustenta que a guerra e a violência são “o que mais contradiz a lógica de Deus”.

“Temos de deixar que a nossa sensibilidade seja, verdadeiramente, ferida por aquilo que está a acontecer, mas não podemos responder ferindo”, apela.

Apontando ao início da Quaresma, que se assinala a 2 de março, Quarta-feira de Cinzas, D. José Ornelas afirma que a oração abre o coração humano a uma “lógica diferente”, que leva à “proximidade com quem sofre” e a encontrar “caminhos de futuro, numa lógica de conversão”.

“A nossa Quaresma significa isso: voltar a valores de humanização, da proximidade e da misericórdia de Deus”, indica.

Quanto ao jejum proposto pelo Papa, o responsável católico entende que o mesmo deve levar cada um a “descentrar-se” de si próprio, na busca de “um outro sentido e do sentido do outro”

“É desprender-nos daquilo que nos é mais caro, que nos dá conforto, prazer, para que possamos ir ao encontro de quem está em necessidade”, precisa.

D. José Ornelas conclui com votos de que todos possam ajudar quem mais precisa e construir um futuro de “maior solidariedade e de paz”.

O Papa condenou este domingo, no Vaticano, a guerra na Ucrânia e noutras partes do mundo, renovando o seu convite a fazer do dia 2 de março uma jornada de oração e jejum pela paz.

Francisco explicou que esta jornada especial quer ajudar os participantes a “estar próximo dos sofrimentos do povo ucraniano, para que todos se sintam irmãos, implorando a Deus o fim da guerra”.

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