17 dez, 2021 - 10:08 • Olímpia Mairos
Os números do novo órgão de tubos da catedral de Bragança impressionam: tem 3.117 tubos, 64 registos sonoros e 100 comandos distribuídos numa consola de quatro teclados e pedaleira. A inauguração e bênção do novo instrumento musical acontece no domingo, dia 19 de dezembro.
Construído em Itália, pela Casa Organaria Zanin Organi sas di Zanin Francesco e C., de Codroipo, o grande órgão sinfónico da catedral de Bragança resulta de um projeto cofinanciado pela operação “Rota das Catedrais a Norte”, numa articulação da Direção Regional da Cultura do Norte, do município de Bragança e da Diocese de Bragança-Miranda.
A construção do órgão sinfónico teve início no primeiro semestre de 2018 e os trabalhos de montagem e de afinação, no coro alto da catedral de Bragança, começaram no início de setembro deste ano.
“Foram analisados os aspetos e pormenores mais complexos, macroscópicos e microscópicos, tendo por finalidade a otimização do aproveitamento dos sons e das cores no templo sagrado. Perfeitamente integrado na acústica da catedral, este órgão contemporâneo também possui natureza sinfónica, ou seja, para além da liturgia, possui capacidades para qualquer reportório de diferentes épocas históricas”, lê-se no comunicado enviado à Renascença, pelo Secretariado das Comunicações Sociais da Diocese de Bragança-Miranda.
Neste contexto, o instrumento servirá não apenas como suporte à liturgia própria do culto católico, mas, também, para “concertos promovidos por entidades civis, religiosas, académicas e sociais.
O administrador diocesano de Bragança-Miranda e arcebispo eleito de Braga, D. José Cordeiro, preside no domingo, às 17h, à eucaristia, na qual, através de rito litúrgico próprio, se benzerá o órgão.
Para as 19h00 está agendado o concerto inaugural com o organista titular, o italiano Giampaolo Di Rosa.
Natural de Itália, Giampaolo Di Rosa é organista titular de Santo António dos Portugueses, em Roma (2008), das catedrais de Vila Real (2016) e de Bragança (2021), tendo orientado os projetos fónicos dos seus órgãos sinfónicos e, também, do órgão histórico de Santo Ildefonso, no Porto.
Giampaolo Di Rosa é doutorado em música e completou na Europa os estudos de piano, órgão, cravo, música sacra, música de câmara, música antiga, composição, teoria e análise. O seu repertório abrange todas as épocas, para além da improvisação, das próprias obras e transcrições.
Em 2010, o Presidente da República Portuguesa conferiu-lhe o grau de Oficial do Infante Dom Henrique.