Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Religião

Cardeal O’Malley. “Os Estados usurpam o poder para decidir que algumas pessoas não são dignas de viver”

20 nov, 2021 - 13:13 • Ana Catarina André

O arcebispo de Boston participou neste sábado no encontro organizado pela Conferência Nacional das Associações do Apostolado dos Leigos (CNAL), em Almada, onde alertou para a relação entre suicídio assistido, eutanásia e contexto de desigualdade.

A+ / A-
Cardeal O’Malley. “Os Estados usurpam o poder para decidir que algumas pessoas não são dignas de viver”
Cardeal O’Malley. “Os Estados usurpam o poder para decidir que algumas pessoas não são dignas de viver”

O Cardeal Sean O’Malley, que este sábado abriu a Praça Central, encontro organizado pela Conferência Nacional das Associações do Apostolado dos Leigos (CNAL), afirmou que “a partir do momento em que os Estados usurpam o poder para decidir que algumas pessoas não são dignas de viver ou autorizam a sua eliminação, toda a vida humana corre perigo”.

O Arcebispo de Boston citou um relatório feito há uns anos, nos Estados Unidos, sobre suicídio assistido e eutanásia que previa que “o suicídio assistido e a eutanásia serão praticados no contexto da desigualdade social e do preconceito que caracteriza a prestação de serviços em todos os segmentos da sociedade”.

Racismo: uma doença espiritual que ameaça o nosso mundo

Durante a sua intervenção em vídeo, intitulada "O Tikun Olam do Samaritano", o Cardeal sublinhou que o “racismo e o preconceito são uma doença transmitida de pais para filhos”.

“O seu sintoma inicial é a ilusão de que a própria raça é de alguma forma superior à dos outros. Em fases avançadas leva ao ódio, violência e incalculáveis sofrimentos. Este contágio precisa de ser eliminado”, afirmou o colaborador do Papa Francisco, que baseou parte da sua intervenção na Encíclica Fratelli Tutti. “Esta doença espiritual do racismo ainda está a ameaçar o nosso mundo no século XXI”, sublinhou.

O Cardeal, que foi bispo de Fall River, nos EUA, e estudou Português para acompanhar a comunidade lusófona da região, diz que “é tempo de olhar para o caminho que estamos a contruir como povo”.

“Gostaríamos de construir uma sociedade onde seja mais fácil ser bom, onde as pessoas conhecem a diferença entre certo e errado”, disse o Arcebispo que alertou para a divisão social e desconfiança que a pandemia da Covid-19 tem causado. “Seremos gente que se preocupa com as pessoas especialmente aquelas que são mais vulneráveis no início e fim da vida? Deve ser óbvio que fazer como sempre se fez já não serve,” sublinhou.

O encontro Praça Central decorre este sábado, 20, em Almada e tem como tema “A difícil arte da amizade social – Como é importante sonhar juntos". Durante a tarde estão previstas diversas mesas-redondas com quase 50 intervenientes que falarão sobre os temas cidadania, política, cultura e diálogo.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+