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Uma escola para futuros líderes, ao serviço do bem comum

25 out, 2021 - 10:52 • Sandra Afonso

Chama-se “Escola Política Fratelli Tutti”. É um projeto educativo inovador, 100% gratuito, que convida os jovens entre os 18 e 30 anos a criarem uma nova linguagem política. Em entrevista à Renascença o diretor executivo destaca a base do programa: o triplo eixo mãos, coração e mente.

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A Escola Política Fratelli Tutti assenta numa perspetiva global e local, aberta, inovadora e cooperativa, que cuide do Bem Comum. A filosofia do Papa Francisco.

“O nosso nome, Fratelli Tutti Political School, vem de uma das últimas obras do Papa Francisco, da encíclica Fratelli Tutti”, diz o diretor executivo. “Inspira-nos a ideia de que, não só vivemos numa casa comum, o planeta terra, como somos todos irmãos e irmãs, independentemente de onde nascemos, de quanto dinheiro temos na conta bancária ou mesmo se temos conta bancária”.

Ainda segundo Juan Maquieyra, “esta inspiração, este movimento para tentar construir pontes para o resto da humanidade, até começou na última encíclica (Fratelli Tutti), quando escreveu a um líder islâmico do Egipto. Acho que é um bom testemunho de como devemos contruir as nossas organizações e ensinar liderança: para a fraternidade universal”, acrescenta.

Ainda estão a dar os primeiros passos, mas já reuniram alunos de 34 países. Para já, Juan Maquieyra destaca a diversidade. “Temos mais mulheres que homens, temos uma grande diversidade religiosa, pessoas da tradição islâmica, diferentes denominações cristãs, estudantes judeus, temos alunos indígenas, da Colômbia, do Canadá. Estamos muito felizes por termos construído uma comunidade tão diversa”, explica.

O objetivo é formar os futuros líderes, jovens ao serviço do bem comum, porque “o caminho para uma comunidade global, fraterna, passa por uma política melhor”.

Para isso destacam-se com um projeto “original”, com “uma abordagem holística à liderança, que envolve não só o que a pessoa pensa e a forma como pensa, mas também como se desenvolve interiormente”, diz Juan Maquieyra. Trabalham com “as competências necessárias para liderar, ao serviço do bem comum: o coração, a cabeça e as mãos”.

À Renascença, o diretor do projeto garante que “este é o caminho”. Dá como exemplo a dificuldade que alguns jovens sentem para chegar a lugares de decisão: “os políticos que hoje governam as nossas comunidades não estão muito abertos à ideia de dar muito espaço aos novos líderes. Temos que treinar a nova geração para que dê um passo em frente e lute por esse espaço, de forma democrática.”

Quando os políticos não dão espaço às novas gerações, “as pessoas organizam-se e mobilizam-se”. É para estes momentos que os jovens têm de ser treinados, para assumirem “posições de decisão”.

Juan Maquieyra, entrevistado à margem da cimeira “The Future of Politics”, que decorreu em Cascais, defende que é tão importante renovar a educação como mudar a linguagem política. “Temos de trabalhar nas duas frentes, com urgência”.

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