Tempo
|
A+ / A-

Papa defende direito à objeção de consciência dos profissionais de saúde

14 out, 2021 - 13:56 • Ângela Roque

Num encontro com representantes dos farmacêuticos hospitalares, Francisco referiu-se às “injustiças cometidas contra vidas inocentes”, como acontece no aborto, e apelou ao não desperdício na saúde, cujas estratégias devem ser económica e eticamente sustentáveis.

A+ / A-

O Papa defendeu, esta quinta-feira, o direito à objeção de consciência, considerando que a “intimidade ética” dos profissionais de saúde deve ser sempre respeitada.

A posição foi assumida durante um encontro com membros da Sociedade Italiana de Farmacêutica Hospitalar, no Vaticano, a quem lembrou que devem estar sempre “ao serviço da vida humana”, respeitando os pacientes “na sua integridade”, o que, em alguns casos, pode implicar ser objetor de consciência. “O que não é deslealdade, mas, pelo contrário, fidelidade à profissão”, sublinhou.

No discurso, divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, Francisco faz referência à “moda” que existe nalguns países e ordenamentos jurídicos, de querer impedir a objeção de consciência, que permite a “denúncia das injustiças cometidas contra vidas inocentes e indefesas. Trata-se de um assunto muito delicado, que requer tanto grande competência quanto grande retidão”, afirmou. E referiu-se em particular ao aborto, reafirmando que “é um assassinato e não é permitido ser cúmplice”.

“O nosso dever é a proximidade” e “estar perto das situações, principalmente das mulheres, para que se chegue a pensar na solução do aborto, porque na realidade não é solução”, disse ainda o Papa.

Francisco falou dos serviços públicos de saúde como um “elemento indispensável para garantir o bem comum e o crescimento social de um país”, e defendeu que “gerir recursos” e “não desperdiçar o que é confiado às mãos de cada farmacêutico”, tem um “significado económico, mas também ético. Referimo-nos à atenção aos detalhes, na compra e armazenamento dos produtos, no seu uso correto e no seu destino para os que têm necessidade urgente”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+