06 out, 2021 - 12:37 • Filipe d'Avillez , Ângela Roque
O padre Vítor Feytor Pinto, que morreu na madrugada de quarta-feira, foi alguém que teve “uma vida autenticamente cristã”, diz D. Manuel Clemente.
O patriarca de Lisboa diz que esteve com o sacerdote de 89 anos há dois dias, na Casa Sacerdotal, onde vivia e que o achou “muito fraco, mas não na convicção, antes pelo contrário, com palavras de muita fé, correspondendo a toda a sua vida, uma vida autenticamente cristã.”
Recordando o facto de ter sido, além de sacerdote, um cidadão exemplar, cujo “serviço também foi requisitado pela sociedade civil em vários aspetos, desde a luta contra a droga e depois na defesa e promoção da vida”, o patriarca fala ainda da sua veia comunicadora.
“Era um comunicador extraordinário, como sabemos. As suas missas, as suas pregações e outros encontros que fazia, quer antes, quer depois dos seus tempos no Campo Grande, eram seguidas por muita gente e depois com a internet, muitas mais.”
“Foi das presenças sacerdotais e cívicas na sociedade portuguesa das últimas décadas mais marcantes em todo o sentido da palavra, ninguém ficava indiferente à sua palavra, porque era preenchida de uma enorme convicção”, afirma D. Manuel.
O padre Vítor Feytor Pinto era conhecido sobretudo pelo seu papel na Pastoral da Saúde e D. Manuel sublinha a coerência com que viveu também essa dimensão da sua vida.
“Ele foi muito importante, não só no desenvolvimento como na incidência da Pastoral da Saúde como na pastoral da Vida, a favor da Vida. Claro que, como crente que era, a vida tinha fronteiras que ultrapassavam a morte.”
O padre Vítor sentiu-se mal durante o dia de terça-feira e foi levado para o Hospital Santa Maria, onde viria a morrer horas mais tarde.