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​“Fake news” representam 25% da informação que circula na net

24 set, 2021 - 19:10 • Teresa Paula Costa

O alerta sai das Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais, em Fátima.

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O diretor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (UCP), Nelson Ribeiro, revelou esta sexta-feira que 25% das notícias que circulam nas redes sociais são falsas.

Participando, via online, nas Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais que terminaram na Domus Carmelli, em Fátima, Nelson Ribeiro começou por defender que a manipulação da informação não é um fenómeno novo.

A novidade é que, “ao contrário do que sucedia no passado, em que as campanhas de desinformação eram tendencialmente centralizadas na sua execução, e na sua difusão, hoje os agentes de propagação somos potencialmente todos nós e o exército de ‘trolls’ que procura destabilizar as discussões online impedindo a realização de um diálogo racional entre os participantes através de frases inflamatórias e irracionais”.

“É por isso urgente agir no sentido de alertar os cidadãos para compreenderem os mecanismos de produção e disseminação de conteúdos informativos”, defendeu o docente.

Nelson Ribeiro defende a criação de “programas de literacia mediática que ensinem as pessoas a saber ler criticamente a informação”.

O diretor da Faculdade de Ciências Humanas da UCP valorizou também a imprensa católica pela proximidade que cria com as pessoas e criticou os media que se limitam a copiar as notícias dos outros, não produzindo os seus próprios conteúdos.

Igreja antecipa notícias potencialmente desvirtuáveis

Para evitar o aparecimento de notícias falsas, o presidente da Comissão Episcopal das Comunicações Sociais defende a antecipação, por parte da Igreja, das notícias que possam dar origem a manipulação.

Por isso, uma das conclusões das jornadas é alargar um núcleo de pessoas ligadas à comunicação.

Considerando que “nós temos que ser pioneiros da verdade na própria notícia”, D. João Lavrador defendeu que é necessário “ou antecipar o conteúdo da notícia que potencialmente vai ser desvirtuado ou, dentro do acontecimento, estarmos a par para podermos desmascarar e repor o que a notícia tem de verdade”. O que é, reconheceu o bispo, “uma das coisas mais difíceis que temos de fazer na comunicação social”.

Depois do confinamento, a comunidade, mas com responsabilidade

Outra das conclusões destas jornadas é a necessidade de, depois do confinamento provocado pela pandemia que levou muitas pessoas a aderirem aos meios digitais, voltar à presença física, em comunidade.

“Agora já mais libertos da pandemia e a saber viver melhor com este vírus, vamos para a comunidade” afirmou D. João Lavrador. É preciso “deixar o medo, mas ser responsável por si e pelos outros”, alertou o bispo, que fez questão de salientar que “a comunidade é fundamental”.

Na próxima semana, os bispos vão reunir-se para analisar o levantamento das restrições decretado pelo Governo.

“Zoom in, zoom out: confinamentos e comunicações” foi o tema das jornadas nacionais das comunicações sociais que reuniram online e presencialmente, em Fátima, perto de uma centena de pessoas de todo o país.

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