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Índia

Freira autorizada a matar javalis para proteger colheitas

22 set, 2021 - 16:02 • Filipe d'Avillez

Enquanto aguarda licença de porte de arma a irmã Jophy Jose diz que não hesitará em usar outros meios para matar os animais que destroem as culturas de que depende o seu mosteiro.

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O Supremo Tribunal do Estado de Kerala, na Índia, autorizou duas dezenas de agricultores a matar javalis que estão a destruir as suas colheitas.

O pedido foi concedido após o requerimento feito por 12 agricultores, incluindo uma freira católica que é superiora de um convento cujas colheitas estão a ser gravemente afetadas pela presença dos animais.

A caça desportiva é proibida na Índia, mas podem ser concedidas licenças em casos especiais, incluindo quando os animais se tornam uma praga que ameaça vidas, culturas ou propriedades.

A irmã Jophy Jose, que vem de uma família de agricultores em Kerala, justifica o se pedido com a necessidade de preservar as colheitas do convento, que são cruciais para a sobrevivência da comunidade.

“Não nos podíamos manter mais tempo em silêncio, depois de tanto trabalho a cultivar e a regar as plantas. A agricultura tornou-se impossível com a presença dos javalis”, afirmou, citada pela agência católica Asia News.

Segundo a imprensa indiana os javalis tornaram-se tão numerosos que não se limitam a fazer incursões ocasionais nos terrenos dos agricultores, mas instalaram-se mesmo nas quintas.

Coloca-se agora a forma como a irmã Jophy procederá à caça dos javalis, uma vez que não tem porte de arma, nem arma de fogo, por enquanto. “A sentença do tribunal permite-nos usar qualquer meio para acabar com a ameaça. Não hesitarei em arranjar uma licença de porte de arma no futuro para exercer o meu direito de salvar as colheitas”, cita o jornal indiano “The Hindu”. A solução, entretanto, pode passar por pedir a ajuda a outros agricultores na região que têm armas de fogo.

Embora os cristãos sejam minoritários em toda a Índia, o Estado de Kerala é dos que tem a maior percentagem de cristãos, com cerca de 20% do total da população. A maioria destes cristãos, incluindo a ordem a que pertence a irmã Jphy, pertence à Igreja Católica Siro-Malabar, que é de rito oriental mas está em comunhão com Roma.

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