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D. João Lavrador é o novo bispo de Viana do Castelo

21 set, 2021 - 11:00 • Ângela Roque

D. João Lavrador deixa os Açores, onde estava desde 2015, para assumir a diocese do Alto Minho. O até agora bispo de Angra diz à Renascença que a nomeação do Papa o apanhou de “surpresa”, mas encara a nova missão com “grande confiança”.

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O Vaticano anunciou esta terça-feira a nomeação, pelo Papa Francisco, de um novo bispo para a Diocese de Viana do Castelo, que estava há um ano sem bispo titular. A escolha recaiu em D. João Lavrador. O atual bispo de Angra sucede a D. Anacleto Oliveira, que faleceu há um ano, vítima de um acidente de viação.

Em entrevista à Renascença D. João Lavrador não esconde que a notícia o apanhou desprevenido. “Antes de mais foi uma grande surpresa, porque começámos agora o novo ano (pastoral), há aqui um conjunto de atividades que estavam em andamento, por isso para mim foi uma surpresa”, conta, garantindo no entanto que sente uma “grande confiança. Em primeiro lugar em Deus, porque o Senhor lá sabe porque é que nos chama a outro local de missão. Depois também muita confiança no povo de Deus”.

D. João Lavrador não teve ainda tempo para se inteirar dos desafios que o esperam em Viana. “É uma diocese muito nova, tem só umas dezenas de anos, mas sabe que ali o povo de Deus é vivo, muito alegre, muito feliz, tem muitas tradições e uma religiosidade muito própria, mas também muito profunda. Diz que vai “para aprender”, e acredita que ajuda não lhe faltará. “Confio muito nos sacerdotes, em todos os leigos que estão empenhados nas diversas instituições e nos diversos grupos, em todos aqueles que estão a trabalhar na sociedade para o bem comum, nas autarquias, em todo o lado. Com todos quero estabelecer diálogo”.

“Não levo projetos. Quero ir nesta humildade de quem quer aprender e deixar-me conduzir por aqueles que já lá estão. É com todos que quero realmente caminhar”, sublinha.

A entrada solene na diocese de Viana do Castelo ainda não tem data marcada. “Terei de dialogar, sobretudo com o administrador diocesano, porque eu não sei quais são as conveniências da diocese, e também ainda tenho algumas responsabilidades aqui na diocese de Angra”. Mas espera que a data possa ser anunciada “nos próximos dias”.

Em Viana do Castelo D. João Lavrador irá suceder a D. Anacleto Oliveira, que morreu a 18 de setembro de 2020, vítima de um acidente de viação. Admite que é uma substituição difícil.

“Ele foi meu professor e acabámos por ser companheiros também, por sermos professores no Instituto Superior de Teologia. Admirei-o sempre muito na sua capacidade, em primeiro lugar como Pastor, uma pessoa de inteligência, de fé e de compromisso. Estava era longe de saber que ia suceder-lhe, sobretudo numa situação tão trágica como foi a sua saída”.

Saudade na partida

Em Angra D. João Lavrador espera deixar a casa arrumada, e na hora da despedida quer sobretudo agradecer. “Vim para aqui na mesma situação em que vou agora para Viana do Castelo, porque também não conhecia nada e vinha na expectativa. Agora já parto com a saudade, e naturalmente já muito mais enriquecido com tudo aquilo que recebi aqui”, conta.

É essa palavra de agradecimento que quero dizer, pelo carinho, pelo acolhimento, por terem tido a paciência para irem caminhando com alguém que até vinha de fora, nem sequer conhecia muito esta cultura, e pouco a pouco fui colhendo, valorizando e estimando muito este povo açoriano. Por isso é já com muita saudade, mas também enriquecido, que parto. O que posso dizer é um grande, grande 'Obrigado' “.

Biografia

D. João Evangelista Pimentel Lavrador tem 65 anos. Nasceu a 18 de fevereiro de 1956 na localidade de Seixo, concelho de Mira, distrito de Coimbra.

Ordenado padre em 1981, estudou em Salamanca, onde se licenciou em Teologia Dogmática, mas doutorou-se em Coimbra, onde foi reitor do Seminário, pró-vigário geral da diocese e professor no Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra. Foi, ainda, diretor do Instituto Universitário Justiça e Paz, coordenador da Pastoral Universitária e capelão do Carmelo de Coimbra.

Em 2008 foi nomeado bispo auxiliar do Porto, onde esteve até 2015, quando foi designado para a diocese de Angra, nos Açores, que deixa agora para assumir a diocese de Viana do Castelo.

Desde 2017 que preside à Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, no âmbito da CEP, a Conferência Episcopal Portuguesa.

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