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Padre Marco vai cuidar de oito paróquias. "Um serviço de caridade"

08 set, 2021 - 16:11 • Liliana Carona

O envelhecimento e falta de padres levou à reorganização da diocese da Guarda. O padre Marco Ramos prepara-se para abraçar o desafio de orientar pastoralmente oito paróquias no concelho de Almeida, principal porta de entrada da Jornada Mundial da Juventude.

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Reportagem de Liliana Carona
Ouça a reportagem da jornalista Liliana Carona

Um padre também tem medo? “Sim, tenho medo, não vai ser fácil”, admite o Marco Ramos, de 42 anos, que acaba de saber que vai estar ao serviço de oito paróquias do concelho de Almeida, principal porta de entrada das Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023.

O padre Marco Ramos, que também é notário do Tribunal Eclesiástico da diocese, percebe que o seu antecessor não podia continuar.

“Eu vou estar com oito paróquias, mas tenho de olhar que a pessoa que me antecede tinha 83 anos, como é que um senhor padre nesta idade, acaba por ter uma pastoral de uma dimensão tão grande? Temos de gerir os nossos sentimentos com alguma caridade, como é que eu posso ajudar?”, desabafa o sacerdote ordenado em 2005.

Marco Ramos considera a reorganização diocesana um serviço de caridade. “Esta reorganização diocesana tem de ser vista como um serviço de caridade, eu não posso ter cinco freguesias e ter um colega próximo com 10 ou 12, como há nesta diocese”, conta.


A 12 de setembro de 2010 chegou a S. Paio, no concelho de Gouveia, e ali ficou por mais de 10 anos, até que em julho deste ano recebeu o convite do bispo da Diocese da Guarda, D. Manuel Felício.

“A notícia vem na linha da reorganização diocesana, o bispo da Guarda, no dia 1 de julho, disse-me que precisava da minha ajuda e olhando para a caracterização própria da diocese, não podia dizer que não”, salienta.

A reorganização diocesana que começou a ser traçada em 2016, já está a ter impacto no terreno. Mais cedo do que se pensaria, admite o padre Marco Ramos.

“Se calhar muita gente pensou que esta reorganização era para daqui a 20 anos, mas não, era para o imediato. Eu participei na reorganização diocesana, nos trabalhos feitos, em 2019 houve as assembleias diocesanas para elaborar o plano lógico e necessário para a equidade de distribuição do clero, para que ninguém fique sozinho, abandonado, como diz o nosso bispo”, conclui o sacerdote.

“Nós servimos uma diocese e não só uma comunidade, custou sair de Gouveia, mas temos de ter consciência da obrigação, o meu serviço está em primeiro lugar”, admite o padre Marco Ramos

E ninguém vai ficar sozinho nas oito paróquias agora confiadas ao padre Marco Ramos, na fronteira com Espanha: Vale de Coelha, Vale da Mula, São Pedro do Rio Seco, Cenouras, Mido, Malhada Sorda, Vilar Formoso e Nave de Haver.

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