26 jul, 2021 - 18:33 • Filipe d'Avillez
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Os mais de 11 mil atletas olímpicos que estão a competir em Tóquio, bem como as suas equipas técnicas, não terão direito a assistência espiritual presencial durante estes Jogos Olímpicos.
Enquanto o Japão atravessa mais uma vaga de infeções de Covid-19, com o Governo a declarar pela quarta vez o estado de emergência, a organização dos jogos decidiu limitar apenas a situações de emergência a assistência espiritual presencial durante os jogos.
Em edições anteriores a aldeia olímpica, onde ficam hospedados os atletas, tem tido espaços para oração e culto religioso e o mesmo acontece em Tóquio, mas os ministros de culto das diferentes religiões não podem aceder, pelo que quem quer obter assistência religiosa e espiritual terá de fazer uma marcação para uma conversa virtual, disponível em diversas línguas, para diferentes credos.
No que diz respeito especificamente à religião católica, que é minoritária no Japão, o arcebispo de Tóqui foi mais longe e proibiu mesmo quem está de visita ao país – incluindo as delegações olímpicas – de visitar igrejas durante a sua estadia.
Com o objetivo de não permitir que as igrejas se tornem locais de contágio, o arcebispo Tarcisio Isao Kikuchi, isentou ainda os fiéis à sua guarda da obrigação de irem à missa ao domingo.
Em declarações à agência Religion News Service, Will Thompson, da Fellowship of Christian Athletes, explica que os desportistas também são seres “físicos, mentais e espirituais”, daí que necessitem de assistência espiritual.
“Quando o fracasso, as lesões, a desilusão ou a não realização batem à porta, raramente existe apoio para estes atletas que abarque verdadeiramente estas dimensões. Não um adepto que lhes pede mais, como tantas vezes acontece, mas alguém para os acolher como estão, onde estão, como seres humanos a precisar de encorajamento e direção espiritual. Isso é muito importante, pode ter um grande impacto nas suas vidas, dentro e fora de campo”, explica.