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Fátima. ​Bispo de Orense quer “Igreja viva, onde todos se encaixem”

13 jul, 2021 - 13:12 • Rosário Silva

Na homilia, à semelhança da última noite, D. José Leonardo Mantanet voltou a pedir orações pelos jovens, a quem fez um pedido direto: “sejam responsáveis nos vossos encontros e divertimentos, sendo intransigentes com o mal, insistindo no bem”, sabendo sempre olhar em direção ao futuro. “Sempre em frente, como dizem os portugueses”, salientou.

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D. José Leonardo Montanet pediu, esta terça-feira, em Fátima, a intercessão de Maria para transformar a Igreja, “todos nós”, neste período de pandemia, “em testemunhas de esperança e vida”.

“Queremos uma Igreja viva que caminha, uma Igreja samaritana, uma Igreja onde, como família de Deus, todos se encaixem”, realçou o bispo de Ourense, na Galiza (Espanha), que presidiu às cerimónias da Peregrinação Internacional Aniversária de julho.

Para “sermos homens e mulheres desta Igreja”, prosseguiu, “é necessário procurar a companhia de Maria”, tal como fizeram os Pastorinhos.

Lembrando a terceira aparição, evocada nesta peregrinação, o bispo pediu que que se cumpra o pedido de Nossa Senhora: “venham aqui no dia 13 de cada mês e rezem o terço pedindo a paz e o fim da guerra.”

Para o prelado, “não existe um pedido mais real e urgente”, pois “continuamos a viver experiências de desolação e guerra”.

Num breve aprofundamento das aparições de Fátima, o bispo lembrou que é possível “descobrir como a Santíssima Virgem nos ensina a ser crianças, porque só assim, tornando-nos crianças, seremos melhores discípulos missionários, tal como nos lembra o Papa Francisco.”

Na palavra proferida na celebração deste dia - a profecia de Sofonias - D. José Leonardo recordou que “o Senhor está entre nós, alegra-se e desfruta connosco porque nos renova com o seu amor”.


Os cristãos são convidados a viver a experiência “de nos sentimos chamados a ser comunidade sinodal”, ou seja, “uma família que quer caminhar unida” num caminho que “tem um nome: Jesus Cristo”, e que tem como fim, “os novos céus e a nova terra”, no fim de contas, prometidos aos Pastorinhos.

“Também nós somos chamados a viver a mesma experiência de comunhão, e conseguiremos, se nos sentirmos unidos aos apóstolos e aos seus sucessores que foram construindo a Igreja”, junto de Maria.

Meditando em voz alta, juntamente com os peregrinos presentes no Santuário e todos os outros que acompanharam as celebrações pelos mais diversos meios, o pastor quis deixar algumas pistas de reflexão: “já se questionaram quantas crianças morreram no seio de suas mães na Europa? Sabem quantos suicídios aconteceram nos nossos países de pessoas jovens, que procuraram a própria morte porque a vida tinha perdido o sentido para eles? E as famílias? E as escolas? E as nossas faculdades onde se pregam ideologias que mais cedo ou mais tarde matam a fé na vida das jovens gerações?”

Para D. Montanet, a resposta está no convite que é feito por Maria: “Rezar, especialmente aqui, neste Santuário de Fátima, um lugar privilegiado de oração e conversão”.

Na situação atual de pandemia, “que perturba todas a nossas vidas”, é urgente “voltar os nossos olhos para a nossa Mãe bendita”, e principalmente para os adolescentes e jovens.

“Temos que ajudá-los, não criticá-los. Ajudá-los muito, porque eles tiveram que viver num mundo de mudanças permanentes, cheio de imensas incertezas”, salientou.


Preocupado com as famílias, “muitas vezes desfeitas ou cheias de confrontos violentos”, outros tantos com dúvidas sobre o seu futuro, “sobre o significado e utilidades dos seus estudos”, o prelado classificou estes e outros problemas, como “muito complexos” e a necessitar de serem resolvidos, pois “os problemas deles são também os nossos”.

Dirigindo-se aos jovens, em concreto, D. José Leonardo pediu que “sejam responsáveis nos vossos encontros e divertimentos, sendo intransigentes com o mal, insistindo no bem”, sabendo sempre olhar em direção ao futuro. “Sempre em frente, como dizem os portugueses”, mencionou.

Na homilia, foram também lembrados os idosos e as crianças, num momento em que a sociedade “está a passar por graves transformações” que a todos afetam.

“A todos eles dizemos: Não desanimem! Nossa Senhora assim o fez quando disse: ‘Nunca te deixarei e o meu Imaculado Coração será o teu refúgio e caminho que te conduzirá a Deus’”, lembrou.

Já no final, o bispo de Ourense pediu também que se “leve a sério a espiritualidade de Fátima”, tendo em conta a sua importância no atual contexto pandémico. “Que acabe a pandemia, as guerras, que em toda a face da terra exista união, o respeito e a atenção também pelos que não acreditam, pelos que estão longe, pelos ateus e agnósticos, sem esquecer que devemos sempre esforçar-nos para tratar melhor a natureza”, concluiu.

Nesta Peregrinação Internacional Aniversária participam alguns grupos de estrangeiros: um da Croácia, um de Espanha, um de França, um de Itália e um outro proveniente da Polónia. As celebrações deste 13 de julho, começaram com a oração do Rosário, na Capelinha das Aparições, a missa com a bênção dos doentes (apesar de não haver doentes na colunata) e a Procissão do Adeus.

A peregrinação, com menos peregrinos do que é habitual, voltou a ter como tema “Louvai o Senhor, que levanta os fracos”, sempre com uma especial intenção pelos que sofrem neste momento de angústia decorrente da pandemia.

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