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"No futebol e na vida, se esquecemos a gratuidade, perdemos o jogo", diz o Papa

20 mai, 2021 - 19:54 • Aura Miguel

Numa conversa com jovens necessitados Francisco recordou a sua própria experiência a jogar futebol com uma bola de trapos, em Buenos Aires.

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O Papa Francisco visitou esta tarde em Roma a sede de Scholas Occurrentes, um projeto educativo global, iniciado na Argentina, ainda antes de Bergoglio ser Papa, e destinado a crianças e jovens com problemas, dificuldades de inserção e pobreza. Atualmente, graças ao impulso do próprio Papa Francisco, o projeto já se espalhou pelos cinco continentes.

Ao longo desta tarde, o Papa ouviu vários testemunhos de educadores e de jovens, ligados on-line, reunidos em várias escolas e instituições para o saudar. Numa dessas ligações realizadas a partir do estádio de Valência, onde o futebol é também usado como “escola de vida” para crianças necessitadas, o Papa fez uma reflexão sobre o valor de jogar com uma bola de trapos, experiência que também ele fez na sua infância: “Uma pessoa que se esquece de onde vem, é uma pessoa que amputa a sua história. A história é como um capital, a história nasceu num momento e tem uma origem e essa origem, de algum modo, tem um significado para toda a vida.Ter uma bola de trapos é recordar uma época em que o desporto e a gratuidade do jogo era muito melhor do que a sofisticação ulterior. É voltar à origem, em que o jogo era muito melhor do que a riqueza e a pobreza: era a gratuidade do encontro”, afirmou Francisco. “Por isso, para mim, a bola de trapos é uma origem de gratuidade. E no desporto e na vida, se esquecemos a gratuidade, perdemos o jogo.”

Durante este encontro, o Papa Francisco também sublinhou o valor da política como serviço ao bem comum, que "não é uma meta, é um caminho”. E acrescentou que “o teste maior para saber se a política vai no bom caminho é saber se fabricam ou não armas para vender e fazer a guerra”. Francisco aproveitou para desabafar que se entristece ao “ver alguns sacerdotes a abençoar armas… Os instrumentos de guerra não devem ser benzidos.”

No final, o Papa despediu-se dos jovens pedindo-lhes para continuarem a arriscar sempre, pois “só arriscando se pode atingir a gratuidade. Por isso, não tenham medo de arriscar; tenham medo, sim, é de ficarem sentados na cadeira”.

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