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India

Fundação AIS pede libertação do padre Stan Swamy e denuncia tentativa para “silenciar os mais fracos”

10 dez, 2020 - 09:31 • Olímpia Mairos

A fundação apela também “às instituições políticas internacionais” para garantirem a proteção do “exercício da liberdade religiosa na Índia e para que a Igreja Católica continue a trabalhar para os mais pobres dos pobres”.

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A Fundação AIS apela às autoridades indianas para a libertação do padre jesuíta Stan Swamy, detido desde o dia 8 de outubro por alegadas atividades ilegais.

Em comunicado, o presidente executivo internacional da fundação pontifícia defende a libertação do sacerdote que “passou os últimos 40 anos a trabalhar com tribos indígenas (Adivasi) no estado Indiano de Jharkhand, tribos que foram expulsas à força das suas terras nativas para dar espaço a projetos agrícolas mineiros ou industriais”.

“O seu único crime foi exigir justiça e denunciar os abusos” que estas populações tribais “sofreram na sua região”, afirma Thomas Heine-Geldern, num comunicado emitido em Königstein, na Alemanha.

O padre Stan tem 83 anos de idade e sofre de Parkinson. As autoridades indianas recusaram a libertação sob fiança ao sacerdote jesuíta, apesar da idade avançada e do seu estado de saúde precário.

O padre jesuíta, defensor dos direitos humanos, foi preso sob custódia da autoridade antiterrorista da Índia, a National Investigation Agency (NIA), por alegadas ligações maoístas, mas diz-se inocente destas acusações.

A detenção teve lugar a 8 de outubro, na residência da Companhia de Jesus, situada na periferia de Ranchi, localidade do Estado de Jharkhand, que fica na zona oriental da Índia.

Para o presidente executivo internacional da Ajuda à Igreja que Sofre, o caso do Padre Stan Swamy “é apenas a ponta do icebergue”, afirmando que haverá “outros casos de padres e catequistas que foram injustamente acusados com o objetivo de espalhar o medo e intimidar” os que trabalham, procurando dar “melhores condições de vida para os Adivasis e os Dalits, ou intocáveis”.

No entender de Heine-Geldern, as “detenções injustificadas como a do padre Stan Swamy” parecem muitas vezes ter apenas o “objetivo de silenciar e intimidar os mais fracos”.

A Fundação AIS manifesta preocupação “com o crescimento do nacionalismo religioso, promovido por instituições próximas do governo Indiano”, assinalando tratar-se de “uma realidade que afeta diretamente a comunidade cristã”.

“Em muitas aldeias, os cristãos são limitados na sua liberdade de movimento por medo de sofrerem represálias fundamentalistas”, acrescenta o presidente da AIS, referindo que “esta situação não é incomum”.

O presidente executivo da AIS afirma que a instituição conhece “casos de pessoas que passaram anos na prisão, em resultado de falsas acusações, levando à perda dos seus direitos legais”.

O responsável internacional da AIS apela também “às instituições políticas internacionais” para que garantam a proteção do “exercício da liberdade religiosa na Índia e para que a Igreja Católica continue a trabalhar para os mais pobres dos pobres”.

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