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Vaticano vive consistório diferente por causa da pandemia

23 nov, 2020 - 17:04 • Ecclesia

Celebração marcada para sábado consagra alargamento de fronteiras no Colégio Cardinalício no pontificado de Francisco

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O Papa vai presidir este sábado, pelas 16h00 (menos uma em Lisboa), ao sétimo consistório do seu pontificado, para a criação de 13 cardeais, numa celebração limitada pelo impacto da Covid-19.

Segundo o Vaticano, dois dos novos cardeais estão impedidos de se deslocar até Roma, por causa da pandemia: Cornelius Sim, vigário apostólico de Brunei, e José F. Advincula, arcebispo de Capiz, nas Filipinas.

Ambos receberão o barrete, o anel e a bula com o título cardinalício através de um representante do Papa.

No domingo, os novos cardeais presentes em Roma vão celebrar a Missa com Francisco, na Basílica de São Pedro, pelas 10h00 locais.

O Vaticano adianta que os restantes membros do Colégio Cardinalício que estejam impossibilitados de acompanhar presencialmente as celebrações o poderão fazer, desde as suas dioceses, “através de uma plataforma digital”.

Por causa da pandemia, não se vão realizar as habituais visitas de cortesia nas salas do Palácio Apostólico e do auditório Paulo VI, após o consistório.

A celebração vai ter uma “participação muito limitada do povo (fiéis leigos, consagrados, sacerdotes e bispos)”, num total de cerca de 100 pessoas.

O consistório foi anunciado pelo Papa a 25 de outubro e a lista de novos cardeais inclui nove eleitores (cardeais com menos de 80 anos de idade) num eventual conclave, com responsáveis da Cúria Romana, arcebispo de várias partes do mundo, do Ruanda ao Brunei, e o guardião da comunidade franciscana de Assis.

A celebração acontece na vigília do I domingo do Advento, início do ano litúrgico no calendário católico e tempo de preparação para o Natal.

“Rezemos pelos novos cardeais, a fim de que, confirmando a sua adesão a Cristo, me ajudem no meu ministério de bispo de Roma, pelo bem de todo o santo povo fiel de Deus”, pediu Francisco.

Este vai ser o sétimo consistório do atual pontificado, após os realizados a 22 de fevereiro de 2014, 14 de fevereiro de 2015, 19 de novembro de 2016, 28 de junho de 2017, 28 de junho de 2018 e 5 de outubro de 2019.

Do mundo para Roma

A história dos cardeais começa por estar ligada ao clero de Roma, mas chega hoje cada vez mais longe: a partir de novembro, serão 91 os países representados no Colégio Cardinalício, 69 dos quais com cardeais eleitores.

Desde 2013, quando os cardeais eleitores da Europa representavam 56% do total, Francisco tem vindo a alargar as fronteiras das suas escolhas, com uma mudança mais visível no peso específico da África, Ásia e Oceânia.

Quando foi eleito, o atual Papa tinha como colaboradores apenas 22 cardeais eleitores destes três continentes; em novembro, serão 38, superando a América (37 eleitores, entre América do Norte, Central e do Sul).

A Europa passa dos referidos 56% para 41,4% dos eleitores (54 cardeais), embora se mantenha uma forte marca da tradição italiana, com 22 elementos neste grupo.

Um futuro conclave após o dia 28 de novembro teria 73 eleitores criados no pontificado do Papa Francisco; 39 no de Bento XVI e 16 no de São João Paulo II.

Seis dos cardeais completam 80 anos em 2021, perdendo assim direito a voto na escolha de um futuro Papa.

Portugal está representado por cinco cardeais: D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa; D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima; e D. José Tolentino Mendonça, bibliotecário e arquivista da Santa Igreja Romana, os três eleitores; D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor emérito, e D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, ambos com mais de 80 anos.

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