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Nagorno-Karabakh

Religiosa portuguesa apela à oração urgente pela Arménia

22 out, 2020 - 06:50 • Ana Lisboa

A mensagem foi enviada pela Irmã Maria Lúcia Ferreira para a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.

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Uma religiosa de origem portuguesa a viver na Síria, no Mosteiro de São Tiago Mutilado, apela “à oração dos portugueses, mas também a uma possível mediação da comunidade internacional, para que o conflito em Nagorno-Karabakh não cresça de intensidade” e destaca “as raízes cristãs da Arménia”.

Numa mensagem enviada à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), a Irmã Maria Lúcia Ferreira admite que "o ideal seria a comunidade internacional tomar posição contra este novo massacre do povo arménio e que faça pressão para acabar com esta guerra que está a atingir o povo arménio, já tão martirizado".

Recorde-se, que num dos incidentes mais graves registados até ao momento, a catedral arménia de Nagorno-Karabakh, na cidade de Shusha, foi alvo de ataque por forças do Azerbaijão. Esta catedral é o principal símbolo da cidade e já tinha estado na mira das armas nos anos 90 do século passado, o que obrigou à sua reconstrução.

No último domingo, o secretário-geral das Nações Unidas fez um apelo ao cessar-fogo, lamentando "a trágica perda de vidas civis, especialmente crianças", após um ataque à cidade de Ganja.

Perante este cenário de crescente conflito, a religiosa portuguesa que pertence à Congregação das Monjas de Unidade de Antioquia, lança este apelo à oração pela paz que pode ser conhecido aqui.

Ela recorda que os arménios ortodoxos e católicos "têm consciência" de que fazem parte "da primeira nação do mundo a ter-se declarado cristã e têm muito orgulho nisso, e veem como uma responsabilidade guardar essa grande herança do cristianismo".

Líderes religiosos do Azerbaijão condenam ataques da Arménia

Perante o aumento das hostilidades no conflito entre a Arménia e o Azerbaijão, por causa do enclave de Nagorno-Karabakh, vários líderes religiosos do Azerbaijão condenaram os ataques por parte da Arménia, que na última semana atingiram uma área residencial em Ganja, a segunda maior cidade do país, refere a Agência de notícias turca Anadolu.

Numa declaração conjunta, os representantes religiosos, afirmam que "nós, líderes religiosos do Azerbaijão, (...) exigimos a implementação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU que estipulam a saída incondicional do exército arménio dos territórios ocupados do Azerbaijão".

O texto foi assinado pelo Grão Mufti do Cáucaso, pelo bispo da Igreja Ortodoxa Russa, pelos líderes das comunidades judaicas e ainda da Igreja Cristã.

O regresso deste conflito, há três semanas, provocou oficialmente cerca de 700 mortos, mas os números reais serão, tudo indica, superiores.

No passado sábado, os dois países anunciaram o que designaram por "trégua humanitária", mas já se acusaram mutuamente de desrespeitar esse cessar-fogo e ter realizado novos ataques.

Esta guerra começou depois do desmembramento da antiga União Soviética e já provocou, pelo menos, 30 mil mortos.

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