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"A pandemia afetou-nos muito como sociedade e como Igreja", diz cardeal patriarca de Lisboa

01 set, 2020 - 18:11 • Ana Lisboa

D. Manuel Clemente escreve uma carta aos diocesanos no início do novo ano pastoral que agora começa.

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O cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, escreve uma carta aos diocesanos no início do novo ano pastoral que agora começa, lembrando, "em especial", as pessoas que "tenham sofrido em si e nos seus com a presente pandemia ou qualquer enfermidade".

Trata-se de "uma lembrança forte e permanente vai para todas as instituições de solidariedade, eclesiais ou outras, onde a pandemia entrou, causando tanta perturbação e desgaste nos residentes e cuidadores."

"A pandemia afetou-nos muito como sociedade e como Igreja. Nas suas várias incidências, da saúde à economia, do trabalho à escolaridade e ao convívio, exigiu-nos e continua a exigir solidariedade e solicitude reforçadas", escreve D. Manuel.

"Tudo se restringiu nos espaços e limitou nos encontros presenciais, condicionalismo que só paulatinamente se ultrapassará. Tivemos celebrações comunitárias interrompidas e agora retomámo-las sob estritas regras sanitárias. Dou graças a Deus por tanta generosidade manifestada nas comunidades, bem como nos vários serviços públicos e particulares, estando certo de que nos reencontraremos mais próximos, justos e solidários, como necessariamente tem de ser."

Nesta carta aos diocesanos, o patriarca reconhece que "a crise sanitária impediu-nos de realizar muitas das atividades previstas. Por isso continuaremos agora na mesma linha de receção da Constituição Sinodal de Lisboa e com os mesmos temas, tão atuais como urgentes: 'Sair com Cristo ao encontro de todas as periferias”' e “Fazer da Igreja uma rede de relações fraternas”, reforçando as instâncias de corresponsabilidade comunitária e missionária".

Setor sócio-caritativo em destaque

Ao referir-se às atividades na Diocese de Lisboa para o Ano Pastoral 2020/2021, D. Manuel Clemente destaca as que se referem ao setor sócio-caritativo. Neste caso, anunciou para 14 e 15 de Maio de 2021 o Congresso do Departamento da Pastoral Sócio-Caritativa, onde “confluirão a experiência” das Semanas Vicariais da Caridade, “que poderão repetir-se”, e “muitas outras ações realizadas e aumentadas em resposta às necessidades que a pandemia trouxe”.

D. Manuel Clemente defende que “quer no campo socio caritativo, quer em todos os outros da nossa vida pastoral, importa crescer em corresponsabilidade. Não se trata de algo acessório e meramente funcional. Trata-se de viver e trabalhar comunitariamente, como aprendizagem da própria vida unitrinária de Deus, finalidade maior da Igreja que somos. Solidários com todos e corresponsáveis entre nós, da vida comunitária à diocesana, do mais local ou particular ao mais universal e geral”, afirmou.

Nesta carta aos seus diocesanos, o pagtriarca partilha tópicos para o novo ano pastoral, “convicto da sua oportunidade eclesial e sociocultural”, e propõe que em todas as paróquias “se leia atentamente” a recente Instrução da Congregação para o Clero intitulada " A conversão pastoral da comunidade paroquial ao serviço da missão evangelizadora da Igreja".

O cardeal Clemente aproveita a ocasião para lembrar a encíclica do Papa "Laudato Si" sobre o cuidado da Casa Comum em que Francisco propõe "para este tempo uma atenção ecológica redobrada, ainda mais oportuna por causa dos danos da pandemia. Durante o presente ano pastoral devemos retomar tudo quanto nos escreveu em 2015, na sua preciosa encíclica". E sugere que "pessoal e comunitariamente se assimile a encíclica nas suas múltiplas incidências, espirituais também".

A propósito desta encíclica do Papa, D. Manuel recorda outra citação que se refere à salvaguarda da criação, começando pela vida humana e tudo o que esta requer, da conceção à morte natural: "Quando, na própria realidade, não se reconhece a importância de um pobre, de um embrião humano, de uma pessoa com deficiência – só para dar alguns exemplos - dificilmente se saberá escutar os gritos da própria natureza. Tudo está interligado".

A terminar esta carta, relembra que "por causa da pandemia, o Papa Francisco adiou para 2023 a Jornada Mundial da Juventude a realizar em Lisboa", que tem como tema ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’.

São estes os "tópicos para o ano pastoral que agora começa, convicto da sua oportunidade eclesial e sociocultural" diz o Cardeal Patriarca de Lisboa na sua carta aos diocesanos.

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