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​Cáritas do Algarve responde a aumento de pedidos de ajuda

01 jun, 2020 - 13:54 • Gastão Costa Nunes

Campanha de 1 a 6 de junho destina-se ao concelho de Faro, onde a perda de rendimentos causada pela pandemia de Covid-19 deixou muita gente sem meios para garantir a alimentação.

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“Espaços de Partilha Solidária” é o nome da campanha que a Cáritas do Algarve lançou esta segunda-feira, para dar resposta aos que se encontram em dificuldades no concelho de Faro. "São pessoas que viram a sua vida profissional frustrada, por desemprego ou lay-off, ou porque, para darem apoio à família, tiveram de ficar em casa e viram os seus rendimentos diminuídos", explica à Renascença Carlos Oliveira, o diretor da Cáritas diocesana.

Segundo os dados oficiais, em Faro o número de desempregados duplicou, o que se refletiu num aumento claro do número de pedidos que chega à instituição católica. "Neste momento estamos com mais 63% de pedidos, para pagar rendas de casa, água luz, gás”, confirma Carlos Oliveira, explicando que esta campanha, que decorre de 1 a 6 de junho, se destina essencialmente “a dar resposta aos pedidos de ajuda alimentar", que são cada vez mais.

A educadora social Ana Pereira conta que há pessoas novas a bater à porta da Cáritas. "Sim, a maioria dos agregados familiares que nos procuram hoje são diferentes dos que nos procuravam até ao início do mês de março. São sobretudo pessoas de classe média, que normalmente não teriam necessidade de recorrer a este tipo de apoio, mas que devido a todas estas situações novas, originadas pelo Covid-19, se viram numa situação de desespero nalguns casos, não conseguem ter alimentação em casa, nem conseguem fazer face a despesas fixas, como rendas de casa, medicação, propinas, água, luz e gás, e recorreram à Cáritas a pedir apoio nesse sentido".


Ana Pereira lembra que o Algarve é a região onde o desemprego mais aumentou, e com uma época alta que não absorverá a mão-de-obra disponível, adivinham-se tempos difíceis.

"Devido à sazonalidade do Algarve, a partir de abril muitas pessoas que tinham trabalho. Trabalhavam de abril a outubro, e acabavam por estar o resto do ano com o subsídio de desemprego, ou então só com os rendimentos que auferiam nesses meses. Este ano isso não se vai verificar”, lembra.

“Algumas grandes entidades hoteleiras já vieram dizer que o verão está perdido, possivelmente só em abril de 2021 é que vão conseguir recomeçar. Portanto vamos ter aqui um longo período, que não vai ser fácil”, refere aquela responsável, lembrando que este é um momento de desafio para as próprias instituições. “Há que nos reinventarmos, possivelmente temos de fazer novas campanhas, ter programas de apoio específicos, porque de facto não se avistam tempos muito fáceis".

A campanha “Espaços de Partilha Solidária” vai decorrer ao longo da semana, até dia 6 de junho. Pede a doação de bens alimentares, que podem ser entregues em três espaços em Faro: na sede do Agrupamento de Escuteiros 98, na Capela de S. Luís e na sede da Cáritas Diocesana do Algarve.

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