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​"Uma violência espiritual". Imã da Mesquita de Lisboa preocupado com confinamento em tempo de Ramadão

28 abr, 2020 - 19:22 • Henrique Cunha

Confinados em casa e com as mesquitas encerradas, David Munir diz que os muçulmanos "estão a viver momentos espiritualmente violentos".

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O Imã da Mesquita Central de Lisboa, David Munir, está preocupado com confinamento em tempo de Ramadão e alude mesmo a "uma violência espiritual".

Para a comunidade muçulmana em Portugal, o período do Ramadão está a revelar "as saudades dos crentes em estar na sua Mesquita".

Ouvido pela Renascença, David Munir revela que as palestras estão a ser feitas "online", mas isso não atenua "a falta de se poder rezar em comunidade".

"As pessoas mandam mensagens, escrevem comentários, têm saudades de estar na Mesquita, de fazer a oração em congregação", afirma Munir, revelando, por outro lado, que "muita gente já começa a desabafar".

"Nós respondemos tentando fazer as palestras 'online' para as pessoas acompanharem com a Mesquita toda vazia. Assim, pelo menos, as pessoas podem sentir-se virtualmente na Mesquita."

Os muçulmanos de todo o mundo entraram no Ramadão e até 24 de maio cumprem rigorosos horários de jejum e oração.

Confinados em casa e com as mesquitas encerradas, David Munir diz que " se estão a viver momentos espiritualmente violentos".

"No mês do Ramadão, temos uma oração especial à noite onde se tenta recitar parte do Alcorão" e as pessoas estão habituadas, ao pôr do sol, a quebrarem o jejum na mesquita, mas "este ano está difícil", lamenta David Munir.

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