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"Catequese em Nossa Casa” no Youtube e na televisão até final do ano pastoral

21 abr, 2020 - 17:13 • Ângela Roque , Ana Lisboa

Projeto iniciado em Março recomeçou esta semana: diariamente no Youtube, para as crianças do 1º ao 6º volume, para os adolescentes às quartas-feiras, na televisão. Na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica a Igreja também está a apostar no acompanhamento de proximidade com os alunos.

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A pandemia, que surgiu em plena quaresma, afetou a atividade normal da catequese, mas este setor da Igreja adaptou-se rapidamente às novas circunstâncias e, ainda em março, arrancou com a "Catequese em Nossa Casa", uma iniciativa do Secretariado Nacional da Educação Crista (SNEC) e do setor da Catequese do Patriarcado de Lisboa.

“Foram cinco catequeses que passaram no programa da Ecclesia, na RTP, a primeira chamou-se ‘Estamos todos no mesmo barco’, mesmo antes do Papa utilizar essa expressão na cerimónia de 27 de março, no Vaticano, foi uma feliz coincidência”, diz à Renascença o padre Tiago Neto. De acordo com o responsável pelo departamento da Catequese do Patriarcado, que colabora no projeto, que foi retomado esta segunda-feira, dia 20 de abril. “É um programa diário para cada catecismo. Vai decorrer de segunda a sábado, do 1º ao 6º ano, um ano cada dia, sempre às 18h30. As pessoas podem ir ao canal do Educris no Youtube - que é o canal oficial do Secretariado Nacional da Educação Cristã - e podem ver o vídeo da catequese”, refere.

As sessões “são muito adaptadas à realidade que estamos a viver, e servem de complemento para aquilo que possa ser o trabalho das famílias e das próprias paróquias, onde não há tanta facilidade das pessoas se puderem reunir através de uma plataforma. Já tem acontecido em muitos sítios, tem havido várias experiências, mas esta proposta pretende colmatar as dificuldades dos adolescentes e das crianças se encontrarem com o seu catequista, e possam seguir o seu plano formativo”, explica ainda, adiantando que as sessões seguem “o esquema da catequese conforme está prevista”, e que na prática “há um catequista que se torna o catequista das crianças do país inteiro”.

Tiago Neto acha muito positiva a forma como a Igreja se adaptou às novas circunstâncias, e está a fazer uso dos meios ao dispôr. “Hoje vamos percebendo que as plataformas de comunicação, o Facebook, o Instagram, tornaram-se algo essencial, não apenas para lazer, nem para promover um evento, mas para nos manter conectados”.

A "Catequese em Nossa Casa" vai funcionar até ao final do ano pastoral, em junho.

"Say Yes" para os adolescentes

Para os jovens do 7º ao 10º volume as sessões de catequese serão dadas na televisão pública, todas as 4ªs feiras, às 15h, no programa da agência Ecclesia na RTP2, dando continuidade ao projeto "Say Yes”, que está a preparar cerca de 50 mil adolescentes de todo o país para as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) de 2023.

“Arranca também esta semana e depois também ficará disponível no Youtube. Estanos a começar a quinta etapa deste percurso”, explica o padre Tiago Neto.

As formações estão a ser dadas têm-se baseado nas JMJ que já houve anteriormente. As sessões que arrancam a 22 de abril são a propósito da Jornada que se realizou em 1993 em Denver, nos Estados Unidos. “Teve como tema ‘Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância’, e procurámos trabalhar a partir deste tema bíblico a temática da ecologia integral”, que alerta para a “ligação do ser humano com tudo o que o envolve”, o que não podia ser mais atual, sublinha o padre Tiago. “Tudo está interligado, e esta pandemia veio pôr-nos isso diante dos olhos e dentro da consciência. Esta dimensão da nossa interligação está muito viva, e é isso que vai ser trabalhado com os adolescentes”.

O projeto que arranca esta quarta-feira também vai ter oito sessões, devendo ser retomado depois em setembro. O adiamento da JMJ Lisboa de 2022 para 2023, entretanto conhecido, levará, certamente, ao alargamento desta formação.

EMRC aposta no acompanhamento de proximidade com alunos

No arranque do terceiro período escolar – e em tempo de pandemia - o coordenador do Departamento Nacional da Disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica admite que a "grande preocupação concentra-se naturalmente no acompanhamento e proximidade possíveis aos milhares de alunos que frequentam a disciplina de EMRC". Foram, por isso, preparados várias ferramentas e recursos didáticos para ajudar os professores a complementarem o plano de ensino à distância.

“O Departamento de EMRC selecionou e organizou um conjunto alargado de recursos em formato digital para o segundo e terceiro ciclos do ensino básico", explica à Renascença António Cordeiro. Estes recursos "são instrumentos de trabalho aos dispor dos professores para reforço ou desenvolvimento das aprendizagens dos alunos, e são pensados para uma dinâmica de ensino remoto. Por outro lado, o Secretariado Nacional está a organizar momentos formativos destinados a professores sobre plataformas de ensino à distância". Tratam-se de formações "orientadas por e para docentes de Educação Moral e Religiosa Católica".

Estes recursos encontram-se no site de apoio às escolas disponibilizado pelo Ministério da Educação. Mas também estão alojados no site www.educris.com da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé.

Para este responsável, este "tem sido um processo muito desafiante", com mais "exigências" e "um volume de trabalho de reformulação, de reorganização, de planificações, metodologias, adaptação aos novos canais de comunicação nas diferentes plataformas de ensino à distância".

António Cordeiro reconhece que é importante acompanhar os alunos "nas suas ansiedades, nos seus medos, motivá-los para a resiliência, para o cultivo da esperança num futuro claro, exigente, mas também certamente mais fraterno, mais solidário, mais justo, mais verdadeiro, mais atento ao outro".

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