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50 anos da Apollo 11

A saudação de Paulo VI aos "conquistadores da lua"

20 jul, 2019 - 09:00 • Aura Miguel

No foguetão Saturno V da missão Apollo, os astronautas levaram uma placa dourada com um breve excerto do salmo 8: “Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que lá colocastes, que é o homem para que Vos lembreis dele, o filho do homem para dele Vos ocupardes…?”

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50 anos de Apollo 11 - A saudação de Paulo VI aos "conquistadores da lua" - Aura Miguel

Enquanto o mundo aguardava em suspenso, naquele 20 de julho de 1969, de olhos colados na televisão, que fosse anunciada a alunagem dos astronautas da missão Apollo 11, no Observatório astronómico em Castelgandolfo, no Vaticano, o Papa Paulo VI espreitava, curioso, o lugar que Neil Armstrong pisaria antes de qualquer outro homem.

Na semana anterior, a 13 de julho, enquanto presidia ao Ângelus no Vaticano, Paulo VI já tinha dirigido palavras de entusiasmo a Armstrong, a "Buzz" Aldrin – segundo homem da História a pisar a Lua – e a Michael Collins, o terceiro integrante da missão, que não chegou a sair do foguetão.

“Um pensamento está na mente de todos esta semana: a expedição de astronautas americanos à Lua", disse o Santo Padre sobre a missão Apollo 11, que partiu dos EUA a 16 de julho de 1969 e que chegou à Lua quatro dias depois, faz este sábado 50 anos. "É esse pensamento que vai além dos elementos descritivos desse facto único e maravilhoso", acrescentou o Santo Papa.

E prosseguiria o Pontífice: "A ciência e a tecnologia manifestam-se de maneira tão incomparável, complexa e audaciosa, que marcam o ápice das conquistas que nos permitem pressagiar outras que talvez a imaginação seja incapaz de sonhar. E o mais surpreendente é ver que não se trata de sonhos. A ficção científica torna-se realidade."

Instantes antes da alunagem, Paulo VI desceria da plataforma móvel onde se encontrava o telescópio gigante do centro astronómico do Vaticano e aguardaria, ladeado pelo padre O’Connell, cientista do Vaticano, e pelo monsenhor Benelli, pro-Secretário de Estado, que a televisão italiana anunciasse o ansiado momento.

E anunciou: “Tocou.”

Então, o Papa Paulo VI glorificou a Deus, prestou homenagem a todos os responsáveis pela aventura espacial e, em língua inglesa, dirigiu-se diretamente aos astronautas, numa mensagem breve, mas carregada de simbolismo.

“Daqui, do Observatório astronómico em Castelgandolfo, próximo de Roma, o Papa Paulo VI dirige-se a vós, astronautas. Honra, saudação e bênção para vós, conquistadores da lua, pálida lamparina das nossas noites e dos nossos sonhos, levem-lhe, com a vossa presença viva, a voz do espírito, um hino a Deus, nosso criador e nosso pai. Estamos próximos, com a nossa saudação e orações, juntamente com toda a Igreja Católica, o Papa Paulo VI vos saúda.”

A bordo do Saturno V, os astronautas transportaram várias mensagens para deixar na Lua, uma delas precisamente do Papa Paulo VI: gravado numa placa dourada, figura um breve excerto do salmo 8.

“Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que lá colocastes, que é o homem para que Vos lembreis dele, o filho do homem para dele Vos ocupardes…?”

Montado por: Tiago Palma

Editado por: Joana Azevedo Viana

Comentários
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  • Terráqueo
    01 jun, 2020 Terra 21:32
    Tal como na Idade Média, no século XX foi necessário a confirmação Papal para declarar que um território era propriedade de um Estado. Só que desta vez até Sua Santidade foi enganada.(ou não) Terá pensado S.S. que mais valia aliar-se aos EU@ do que os Komunistas! Os EU@ nunca foram à lua. E isto nada tem que ver com terraplanistas. Não é possível sobreviver no vácuo! Para terem uma ideia, dizem que a EEI está no espaço, eu pergunto, qual espaço? O espaço que está a 400Km daqui? Nesse espaço ainda existe atmosfera. OK, é uma atmosfera muito rarefeita, talvez o equivalente a 10^-3, mas para terem uma ideia considera-se que na lua a atmosfera é 10^-14! Ou seja, milhões de milhões de vezes menor!! E a lua não está a 400Km, está a 400 mil! Pensem pela vossa cabeça, não se deixem alienar!

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