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D. Manuel Clemente pede “coerência e limpidez no anúncio e na vida”

31 mar, 2019 - 17:57 • Eunice Lourenço

Patriarca de Lisboa preside à ordenação episcopal de D. Américo Aguiar, que foi nomeado pelo Papa bispo auxiliar de Lisboa.

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Num tempo de tanta comunicação, as respostas ficam muitas vezes atrapalhadas pela rapidez e multiplicidade de meios, pelo que ainda mais são necessários pastores “coerentes e límpidos no anúncio e na vida”, disse D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa na homilia da missa de ordenação episcopal de D. Américo Aguiar, que decorre na Igreja da Trindade, no Porto.

“Como homem de comunicação que és, assim será decerto contigo”, disse D. Manuel dirigindo-se diretamente a D. Américo Aguiar, nomeado dia 1 de março bispo auxiliar de Lisboa e que terá entre mãos a coordenação logística da Jornada Mundial da Juventude de 2022.

Na homilia, D. Manuel Clemente começou, precisamente, por fazer referência à Jornada Mundial da Juventude, agradecendo a presença do arcebispo do Panamá, D. José Domingo Ulloa, e de uma comitiva panamiana nesta missa de ordenação. A última Jornada Mundial foi no Panamá, em janeiro deste ano, e o agora bispo auxiliar de Lisboa participou já na perspetiva de o próximo encontro ser em Portugal. Daí que o arcebispo do Panamá seja um dos co-ordenantes nesta cerimónia.

Depois, o Patriarca de Lisboa fez referência às leituras deste domingo – o IV Domingo da Quaresma – em especial ao Evangelho com a Parábola do Filho Pródigo. “Se sem Deus nos perdemos, em Deus nos recuperamos”, disse D. Manuel, recordando a história contada por Jesus de um filho que pede antecipadamente a herança o pai, parte pelo mundo, gasta tudo o que tem e que, quando se vê sem nada, decide voltar a casa.

Quando regressa, o pai faz uma festa. E esta parábola é, desde sempre, vista como símbolo do amor de Deus que sempre recebe aqueles que para ele se voltam.

“É a misericórdia que o define para que ninguém se perca e não se perca ninguém”, resumiu o Patriarca de Lisboa, avisando que “nunca podemos é imitar o irmão mais velho”.

O irmão mais velho da parábola, “que nunca tinha deixado o espaço físico da casa, mas nunca tinha conhecido o coração do Pai”, indigna-se quando regressa dos trabalhos no campo e vê a festa que se preparar para o irmão que tinha voltado. Então, o pai tenta explicar-lhe que só podia festejar porque tinha regressado o filho que julgava perdido.

A parábola, continuou D. Manuel, não nos diz o que aconteceu depois: se o irmão mais velho se juntou ou não à festa. “É uma interrogação que espera que lhe demos resposta positiva”, continuou o Patriarca de Lisboa, para quem “o ministério ordenado [os padres e os bispos] é na Igreja e da Igreja para o mundo a revelação concreta do mistério divino”, é participação “no sofrimento de Deus na procura incansável de cada “, afirmou o cardeal.

“Há tanto que encontrar e buscar nos nossos dias para que a festa se concretize”, continuou D. Manuel Clemente, refletindo sobre como a rapidez e a multiplicidade da comunicação nestes tempos, afinal, faz demorar os convites e adiar as respostas.

A terminar, o Patriarca de Lisboa fez questão de fazer referência à morte, neste sábado, da mãe de D. Américo, cujo funeral foi na manhã deste domingo. “Rezamos por ela, certos que te acompanha agora como o fará sempre”, concluiu D. Manuel Clemente.

Depois da homilia, decorreu a liturgia de ordenação, que terminou com a entrega a D. Américo dos símbolos da sua nova condição: o Evangelho, o anel, a mitra (chapéu em forma triangular) e o báculo (uma espécie de cajado, lembrando a figura de Cristo, Bom Pastor”.

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