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D. Américo Aguiar quer continuar a “fazer pontes”

31 mar, 2019 - 19:35 • Eunice Lourenço , Cristina Branco

Novo bispo auxiliar de Lisboa foi ordenado este domingo no Porto.

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D. Américo Aguiar ordenado bispo auxiliar de Lisboa. "Sempre me senti bem a fazer pontes"
D. Américo Aguiar ordenado bispo auxiliar de Lisboa. "Sempre me senti bem a fazer pontes"

“Sempre me senti muito bem a fazer pontes” – foi assim que D. Américo Aguiar, o novo bispo auxiliar de Lisboa, se apresentou no fim da cerimónia de ordenação, que decorreu este domingo, na Igreja da Trindade, no Porto. O novo bispo quer, pois, continuar a ser construtor de pontes e de afetos.

D. Américo Aguiar lembrou o seu passado político quando jovem (foi autarca pelo PS) e em que fez pontes entre esquerda e direita, também o seu percurso na Igreja e como presidente do conselho de gerência da Renascença em que foi fazendo pontes entre Lisboa e Porto e prometeu mesmo fazer pontes entre Benfica e FC Porto, o que gerou um bruáa de algum riso entre a assembleia.

Outra ponte que D. Américo já fazia e irá continuar a fazer é a ponte entre a Igreja e as autoridades civis. Com o primeiro-ministro e os presidentes das Câmaras do Porto e de Lisboa presentes na celebração, agradeceu às autoridades e lembrou que as cidades têm dois pulmões: o civil e o religioso.

Antes, D Américo Aguiar lembrou a conversa recente que teve com o Papa Francisco, em que este lhe disse que o tinha ido buscar ao Porto. “A culpa é dele”, gracejou, acrescentando que a primeira culpa é de D. Manuel Clemente.

A terminar, D. Américo disse que “Nosso Senhor não brinca em serviço” para se referir à forma como o seu lema – “in manus tuas” (o inicio da frase “nas tuas mãos entrego o me espirito”, que Jesus disse na cruz) se tornou tão presente nestes dias, com a morte da sua mãe este sábado e o seu funeral na manhã da sua ordenação.

“Não tinha consciência do que ia viver nestas 24 horas”, disse o novo bispo, emocionado.

Ainda antes das breves palavras no fim da missa, D. Américo Aguiar percorreu a igreja da Trindade, enquanto o coro cantava e fez questão de ir até à porta para também saudar os muitos fieis que não conseguiram entrar e que acompanharam a sua ordenação através de ecrã gigante.

D. Américo Aguiar foi nomeado pelo Papa Francisco bispo auxiliar de Lisboa no dia 1 de março. A ordenação episcopal decorreu este domingo e foi presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, que na homilia salientou as qualidades de D. Américo ao nível da comunicação e pediu pastores coerentes e limpos no anúncio e na vida.

O novo bispo vai ser o responsável pela coordenação logística da Jornada Mundial da Juventude que irá decorrer em Lisboa, em 2022. Por isso, um dos bispos co-ordenantes do D. Jose Domingo Ulloa, arcebispo do Panamá, onde decorreu a ultima Jornada.

O outro bispo co-ordenante foi D. Manuel Linda, bispo do Porto, que salientou o percurso de D. Américo e lhe disse para nunca deixar de ser “um homem do Norte”.

Elogios de Costa, Medina e Moreira

Também entre as autoridades civis, a tarde foi de elogios para D. Américo Aguiar. O primeiro-ministro, António Costa disse que estava presente pela amizade e estima que o ligam ao novo bispo, salientando que tem dado muito à comunidade e”promete continuar a dar”.

D. Américo Aguiar. Políticos destacam bispo com “futuro promissor”
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O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, lembrou o “excelente trabalho de cooperação” que o agora bispo teve com a Câmara para trazer a próxima Jornada Mundial da Juventude para a capital portuguesa. Por isso, disse, este é “um dia importante também para a cidade de Lisboa”.

“Creio que vai correr tudo muito bem e a organização das jornadas não poderia estar em melhores mãos”, acrescentou Medina.

Já o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira acredita D. Américo “fará muito bem o papel seja no Porto, seja em Lisboa, em Roma, em qualquer sítio” porque “as pessoas de bem não têm lugar, têm todos os lugares”. E acrescentou que D. Américo é uma “extraordinária mais-valia pra a Igreja portuguesa, que é bom que seja renovada com pessoas jovens, com a garra e a forma desassombrada que ele tem”.

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