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Tribunal do Paquistão agenda para 29 de Janeiro avaliação final do caso Asia Bibi

25 jan, 2019 - 14:08 • Ana Lisboa

Esta última avaliação decorre de uma cedência do governo paquistanês, depois dos protestos de forças radicais após ter sido conhecida a notícia da inocência de Asia Bibi.

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O Supremo Tribunal de Justiça do Paquistão marcou para a próxima terça-feira a avaliação final do caso de Asia Bibi, que foi absolvida em 31 de Outubro do ano passado da acusação de blasfémia que pendia sobre ela.

De acordo com o jornal "Dawn", os mesmos juízes que decidiram inocentar a cristã, vão agora reavaliar a sentença.

Isto resulta de uma cedência do executivo paquistanês, depois das manifestações convocadas pelas forças radicais logo após ter sido conhecida a notícia de que Asia Bibi tinha sido declarada inocente.

Para evitar a escalada de violência – os manifestantes chegaram mesmo a paralisar por alguns dias as principais cidades do país – o governo fez um acordo e aceitou que a sentença fosse revista uma última vez pelos juízes do Supremo Tribunal, impedindo, assim, que Asia Bibi se ausente do país.

O caso remonta a 2009, quando esta mulher, mãe de cinco filhos, foi acusada de blasfémia depois de ter bebido um copo de água de um poço.

Asia Bibi saiu da cadeia onde passou 3421 dias, mas o seu marido está em parte incerta no país e debaixo de fortes medidas de segurança, pois continua a pender sobre ela e a sua família a ameaça de morte por parte dos grupos extremistas.

Entretanto, no início de Janeiro foi assinada uma declaração por parte de mais de quinhentos líderes religiosos muçulmanos condenando a violência e a discriminação das minorias religiosas no Paquistão.

Nessa tomada de posição, que ficou conhecida como “ Declaração de Islamabad”, os líderes muçulmanos afirmam que “matar sob o pretexto da religião é contrário aos preceitos do Islão”.

Esta tomada de posição representou um significativo apoio a Asia Bibi e a todos os cristãos e membros de outras minorias religiosas que têm sido vítimas da aplicação injusta da Lei da Blasfémia.

Nesse documento, foi ainda solicitado aos responsáveis judiciais do país para fazerem a avaliação final deste caso com “absoluta prioridade”, para que o processo possa ser dado como concluído.

Este pedido foi cumprido menos de um mês depois. Resta agora esperar se o próximo dia 29 de Janeiro vai significar ou não o fim do pesadelo desta cristã que passou a última década na prisão.

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