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Papa pede união aos cristãos para travar escravatura moderna

07 mai, 2018 - 17:13

Numa mensagem vídeo, o Papa Francisco cita estatísticas recentes que apontam para a existência de “mais de 40 milhões de pessoas - homens, mas principalmente mulheres e crianças - em situação de escravidão”.

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O Papa Francisco alertou esta segunda-feira para a persistência do fenómeno da escravatura nas suas várias formas e apelou a uma ação comum dos cristãos para travar o tráfico e a exploração de seres humanos.

“A escravatura não é coisa de outros tempos, é uma prática que tem profundas raízes e que se manifesta ainda hoje de várias formas: tráfico de seres humanos, exploração do trabalho através de dívidas, exploração de crianças, exploração sexual e trabalho doméstico forçado são algumas das muitas formas. Cada uma delas é mais grave e desumana do que a outra”, adverte numa mensagem vídeo divulgada pelo Vaticano.

A intervenção dirige-se aos participantes no II Fórum Internacional sobre a Escravatura Moderna, uma iniciativa ecuménica que decorre em Buenos Aires.

O Papa, antigo arcebispo da capital argentina, sublinha que os líderes cristãos partilham a “mesma preocupação” com as vítimas destes abusos e lamenta a “indiferença” face a estes casos.

O fórum “Velhos problemas no novo mundo”, que estará a decorrer até amanhã, terça-feira, foi organizado pela arquidiocese ortodoxa de Buenos Aires, orientado pelo Metropolita Tarasios e pelo Instituto Ortodoxo “Patriarca Atenágoras” de Berkeley, na Califórnia, e patrocinado pelo Patriarcado Ecuménico de Constantinopla.

A mensagem do Papa Francisco cita estatísticas recentes que dão conta que, atualmente, existem “mais de 40 milhões de pessoas, homens, mas principalmente mulheres e crianças, em situação de escravidão”.

O pontífice defende a importância de “conhecer o tema” e de “agir” em favor das vítimas, defendendo os seus direitos. “Ninguém pode ficar indiferente e, de algum modo, cúmplice desse crime contra a humanidade”, observa o Papa, com um apelo a “impedir que os corruptos e os criminosos escapem da justiça e mantenham o controlo sobre as pessoas escravizadas”.

Francisco assinala ainda que, quando os países vivem situações de pobreza extrema, violência ou corrupção, não conseguem “garantir a segurança, os bens e os direitos essenciais”.

“O crime organizado e o tráfico ilegal de seres humanos escolhem as vítimas entre as pessoas que hoje possuem meios escassos de subsistência e menos esperança pelo futuro”, entre os “mais pobres, marginalizados e descartados”, alerta.

Educação e trabalho são as propostas de Francisco para responder aos desafios colocados pelas situações de escravatura moderna, numa colaboração ecuménica “para superar as desigualdades e discriminações”.

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