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Exortação apostólica "Gaudete et Exsultate"

O Diabo é "mais do que um mito"

09 abr, 2018 - 12:26 • Ecclesia

"O demónio não precisa de nos possuir. Envenena-nos com o ódio, a tristeza, a inveja, os vícios”, alerta Francisco, no documento divulgado esta segunda-feira, pelo Vaticano.

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O Papa defende, na exortação apostólica "Gaudete et Exsultate", divulgada esta segunda-feira, que a santidade é uma “luta constante contra o demónio”, o qual considera “mais do que um mito”.

“Não pensemos que [o diabo] é um mito, uma representação, um símbolo, uma figura ou uma ideia. Este engano leva-nos a diminuir a vigilância, a descuidar-nos e a ficar mais expostos. O demónio não precisa de nos possuir. Envenena-nos com o ódio, a tristeza, a inveja, os vícios”, alerta Francisco, na exortação apostólica.

O texto recorda que a oração do Pai-Nosso se conclui com um pedido de oração contra “o Maligno”.

“A expressão usada não se refere ao mal em abstrato; a sua tradução mais precisa é ‘o Maligno’. Indica um ser pessoal que nos atormenta. Jesus ensinou-nos a pedir cada dia esta libertação para que o seu poder não nos domine”, precisa Francisco.

O documento observa que esta presença do mal consta nas primeiras páginas da Bíblia, que termina com a vitória de Deus sobre o demónio.

“Não admitiremos a existência do demónio, se nos obstinarmos a olhar a vida apenas com critérios empíricos e sem uma perspetiva sobrenatural. A convicção de que este poder maligno está no meio de nós é precisamente aquilo que nos permite compreender o motivo pelo qual, às vezes, o mal tem uma força destruidora tão grande”, observa o pontífice.

O texto recorda mesmo os casos de possessões demoníacas narrados nos Evangelhos para sublinhar que nem todos eram situações de “doenças psíquicas”.

Francisco apresenta a vida cristã como uma “uma luta permanente” contra as tentações do demónio.

“A corrupção espiritual é pior que a queda dum pecador, porque se trata duma cegueira cómoda e autossuficiente, em que tudo acaba por parecer lícito”, adverte.

A "Gaudete et Exsultate" convida ao “discernimento” para saber distinguir o que vem do Espírito Santo do que “deriva do espírito do mundo e do espírito maligno”.

Este esforço, admite o Papa, é dificultado pelas muitas possibilidades de ação e distração.

“Todos, mas especialmente os jovens, estão sujeitos a um zapping constante. É possível navegar simultaneamente em dois ou três visores e interagir ao mesmo tempo em diferentes cenários virtuais. Sem a sapiência do discernimento, podemos facilmente transformar-nos em marionetes à mercê das tendências da ocasião”, alerta.

Francisco pede por isso que os cristãos façam, todos os dias, um “sincero exame de consciência”.

O conjunto de reflexões da terceira exortação apostólica conclui-se com uma referência à Virgem Maria.

“Conversar com Ela consola-nos, liberta-nos, santifica-nos. A Mãe não necessita de muitas palavras, não precisa que nos esforcemos demasiado para Lhe explicar o que se passa connosco”, escreve Francisco.

O Papa deseja que a sua nova exortação ajude a Igreja a “promover o desejo da santidade”.

Comentários
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  • fanã
    12 abr, 2018 aveiro 16:39
    "O Diabo é mais do que um mito"...................Afinal o nosso querido P.Coelho de Massamá , tinha razão quando tanto o invocou !..
  • Adelaide Bandeira
    09 abr, 2018 Coimbra 19:44
    Como consegue este homem surpreender-nos sempre pelo lado do bem...
  • Moisés
    09 abr, 2018 Egipto 19:42
    Se encontrasse , frontalmente, este NOVO CRISTO, não inclinava a minha cabeça . Ajoelhava - me a seus pés. Que se desiludam os que ignoram estas frases saídas da boca de DEUS. Os antigos Principes dos sacerdotes ignoraram os ensinamentos dos profetas daquele tempo. Os Príncipes dos sacerdotes, deste tempo, que dirão ou o que irão fazer ? Essas novas raças de víboras, irão mudar de vida? Consideram - se professores sábios. Será que , depois de examinar a sua consciência, se é que têm consciência, reconhecerão que não passam de uns FRACOS aprendises??? Boa noite.

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