26 fev, 2018 - 11:02
O presidente da Comissão da Liberdade Religiosa, José Vera Jardim, apela ao bom senso na questão da utilização dos símbolos religiosos nos espaços públicos
Numa altura em que a retirada de crucifixos dos espaços das autarquias tem sido motivo de polémica na região de Viseu, Vera Jardim diz à Renascença que, embora esses símbolos devam ser evitados, não se opõe a que sejam mantidos, nos casos em que as comunidades assim o entendam
"Em locais públicos do Estado, esses símbolos religiosos devem ser evitados, porque, naturalmente, nós vivemos numa sociedade plural, do ponto de vista religioso, cada vez mais plural. Num Estado laico, em que há separação entre Igreja e Estado, não repugna nenhuma religião em especial nem se favorece nenhuma religião em especial. Não há uma religião oficial em Portugal, como há noutros países. [Por isso], esses símbolos ser evitados", começa por lembrar o presidente da Comissão da Liberdade Religiosa.
Vera Jardim nota, contudo, que "isso não significa que, por exemplo, nas escolas, em algumas escolas continue a existir o crucifixo, em escolas primárias, sobretudo" e esse é um facto que "tem muito a ver com questões culturais das povoações, das pessoas".
"Não sou eu que vou dizer 'vão lá tirar o crucifixo'", sublinha Vera Jardim, para quem este "é um problema que se justificará resolver pela ambiência cultural e, sobretudo, pela evolução dessa ambiência cultural e pela aceitação de toda a comunidade da existência desses símbolos religiosos".
José Vera Jardim, na Manhã da Renascença nesta segunda-feira em que é entregue, à tarde, o Prémio Liberdade Religiosa, numa cerimónia que conta com a Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.