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Congregação para as Igrejas Orientais

“Luta pela afirmação da liberdade religiosa está longe de ser vencida”, diz cardeal Sandri

01 fev, 2018 - 17:31 • Ecclesia

Responsável da Santa Sé sublinha que, mais do que a defesa dos cristãos, está em causa "a preservação da humanidade”.

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O prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, da Santa Sé, cardeal Leonardo Sandri , diz que a luta da Igreja Católica pelo direito à liberdade religiosa não é apenas pelos cristãos mas uma luta pela “humanidade” e por todas as religiões.

Segundo o portal Vatican News, o cardeal Sandri abordou a questão esta quarta-feira durante um encontro dedicado a este tema na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.

O cardeal argentino frisou que em causa não estão apenas “os muitos cristãos” que hoje são “alvo de perseguição” em todo o mundo, mas trata-se de defender o direito a cada ser humano professar livremente o seu credo, convicção “que tem a sua raiz no Evangelho”.

“A luta pela afirmação da liberdade religiosa está longe de ser vencida”, apontou aquele responsável.

Atualmente os cristãos são considerados como a comunidade religiosa mais oprimida do mundo, mas existem vários grupos religiosos e credos que têm de viver a sua fé em contexto de violência, de discriminação e mesmo de morte.

Tratam-se sobretudo de minorias inseridas em países onde o Estado ou a religião predominante é pouco tolerante perante a diferença, ou em nações marcadas pelo extremismo e fundamentalismo.

Para o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, “os mártires da liberdade religiosa, de ontem e de hoje, convidam a viver estes desafios não com espírito de vingança ou de propaganda política, mas com uma atitude crente”, de acordo com valores fundamentais como o respeito pelos diferentes credos e a defesa da dignidade humana.

“Convém recordar que também para a Igreja Católica a afirmação da liberdade religiosa exigiu um caminho de uma progressiva consciência, que atravessou vicissitudes alternas”, apontou o representante da Santa Sé, recordando as “atitudes pouco evangélicas” que foram praticadas em nome da “preservação do Evangelho”.

O responsável pelo acompanhamento das Igrejas Orientais, para o Vaticano, salientou a necessidade de “testemunhas credíveis” para o reforço deste caminho de respeito pela liberdade religiosa de cada um.

O cardeal apontou a declaração “Dignitatis Humanae”, saída do Concílio Vaticano II, também os vários pronunciamentos sobre esta matéria, da parte da Secretaria de Estado do Vaticano e dos representantes da Santa Sé junto das várias Instituições internacionais, como ferramentas essenciais nesta luta.

“Para que a disposição atual”, na relação entre as religiões, “seja não de condenação mas um convite perene a fazer caminho em cada dia”, completou o cardeal.

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