Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Os seus presentes de Natal podem ajudar cristãos a regressar a casa no Iraque

22 nov, 2017 - 17:17 • Ana Lisboa

Centenas de milhares de cristãos perderam tudo com o avanço do Estado Islâmico. Agora os jihadistas foram expulsos e muitos querem regressar, mas é preciso dinheiro para reconstruir.

A+ / A-

“Iraque, o Regresso às Raízes” é o tema da Campanha de Natal deste ano da fundação Ajuda à Igreja que Sofre, cujo objectivo é ajudar a reconstruir as casas das comunidades cristãs vítimas do autoproclamado Estado Islâmico no Iraque.

Em 2014 fugiram da Planície do Nínive e de Mossul no norte do país, na zona de fronteira com o Curdistão iraquiano, e foram para Erbil, onde estiveram nestes últimos três anos.

Refugiadas no seu próprio país, estas famílias desejam agora regressar a suas casas, devido à recente expulsão dos jihadistas. São 95 mil pessoas que ficaram sem nada e que agora querem recuperar as suas vidas. A fundação AIS decidiu, em conjunto com outras instituições, ajudar esta comunidade a regressar às suas origens.

A directora do secretariado nacional da AIS admite que este plano já foi comparado ao “plano Marshall que se fez na Europa depois da Segunda Guerra Mundial para a reconstrução da Europa. No fundo é um plano muito ambicioso, são precisos muitos fundos para fazer isto, para fazer com que esta comunidade volte às suas terras. Mas é um projecto que nós achamos que é essencial neste momento.”

“É que uma vez que estas zonas estão libertas do autoproclamado Estado Islâmico, a comunidade cristã terá que ocupar rapidamente as suas casas, porque senão irá perder o direito a elas. É que se um muçulmano chegar primeiro às suas casas, pelo facto de ser cristão perde o direito à sua casa”, explica Catarina Martins.

13 mil casas por recuperar

A reconstrução já começou, por causa da aproximação do Inverno. É preciso recuperar 13 mil casas. “700 destas 13 mil foram totalmente destruídas, 70% das Igrejas foram queimadas, foram destruídas também”, diz Catarina Martins que acrescenta, “nestas zonas não há infraestruturas, não há escolas, não há creches, não há hospitais. Está tudo a ser recuperado neste momento”.

Ao mesmo tempo vai continuar o apoio alimentar mensal, “porque apesar de voltarem às suas casas, não têm ainda forma de subsistência”.

Para levar por diante este projecto, foi criado um Comité para a Reconstrução da Planície do Nínive que engloba, além da AIS, representantes de todas as Igrejas iraquianas, técnicos de engenharia, arquitectos e gestores. Estima-se que sejam necessários 250 milhões de dólares.

De que forma pode contribuir

Todos os contributos são bem-vindos. A responsável da fundação AIS em Portugal explica que “com 90 euros é possível adquirir duas latas de tinta. Por exemplo, com 180 euros é possível adquirir duas portas de exterior para casas. E temos também o cabaz de alimentos para um mês que são 30 euros. Por exemplo, para o Convento das Irmãs Dominicanas vão ser necessários 53 mil euros para o recuperar. Mas há muitas formas de ajudar. É evidente que cada um de nós não poderá ajudar nestes montantes todos, porque são muito elevados. Mas se casa um de nós der um euro que seja, vamos conseguir fazer muito”.

Esta é uma ajuda fundamental, já que sem ela, a comunidade cristã pode desaparecer do Iraque. Catarina Martins sublinha que “analisando a situação do que se está a passar no Iraque, a perspectiva que temos neste momento é que se as condições continuarem como estão até hoje, nos próximos três anos deixará de haver uma comunidade cristã no Iraque. E eu penso que este projecto vem ajudar a contrariar a perspectiva que temos neste momento de que a comunidade cristã está a desaparecer do Iraque”.

Quem quiser contribuir para esta causa, pode encontrar todas as informações no site.

Também as receitas angariadas com o catálogo de Natal da AIS revertem para este projecto “Iraque, o Regresso às Raízes”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+