08 mai, 2017 - 15:53
O Papa Francisco aceitou, no fim-de-semana, a resignação do patriarca Gregório III da Igreja Melquita, que tem sede em Damasco, na Síria.
Alvo de críticas por parte de vários bispos da sua Igreja, uma das muitas igrejas católicas de rito oriental que se encontra em comunhão com o Papa, Gregório acabou por apresentar ao Papa a sua resignação, depois de um sínodo da Igreja Melquita que teve lugar em Fevereiro.
Em Outubro de 2016, durante uma visita a Portugal, o patriarca tinha dito à Renascença que não fazia tenções de ceder à pressão dos seus críticos. Questionado directamente sobre a opção da resignação, respondeu na altura: “Sou pelo direito canónico, que diz que a Sé Patriarcal fica vaga após a morte do patriarca, ou da sua resignação. Eu gosto de dizer aos meus bispos: “amo-vos, amemo-nos uns aos outros para possamos confessar, amar e servir a nossa Igreja, tornando-a um símbolo do testemunho pelo Senhor nesta situação trágica para todo o Médio Oriente cristão”.
Quando a Renascença lhe perguntou se imaginava uma situação no futuro em que resignasse, ou se preferia morrer no cargo, como é tradição entre os patriarcas orientais, respondeu que “isso cabe a Deus. Não lhe posso responder, porque não tenho o poder. Digamos apenas que estou aqui ao serviço da Igreja e que o futuro está nas mãos de Deus”.
Aos 83 anos, Gregório era o mais velho dos patriarcas católicos, posição que passa agora ao Patriarca-Catolicós da Cilícia dos Arménios Católicos, que tem 82, logo a seguir encontra-se o Papa Francisco, na qualidade de líder da Igreja Latina, que tem 80.
A Igreja Greco-Católica Melquita, como é conhecida oficialmente, tem sede em Damasco, na Síria e os seus fiéis vivem sobretudo naquele país, no Iraque e no Líbano, com muitas comunidades na diáspora. No total são cerca de um milhão e meio os católicos que seguem este rito e que ficam agora sem patriarca, enquanto não for convocado um sínodo para eleger o sucessor de Gregório.