20 mar, 2017 - 14:48
O restauro do edifício e da cúpula que salvaguardam o local onde Jesus Cristo terá sido sepultado, está terminado e as conclusões serão apresentadas na quarta-feira pela arqueóloga responsável, Antonia Moropoulou, anunciou hoje a Igreja do Santo Sepulcro.
“É possível, actualmente, ver-se a cor e textura, as inscrições e as pinturas a fresco”, disse esta segunda-feira a arqueóloga, que falava junto à estrutura, a igreja do Santo Sepulcro, responsável pela intervenção.
O edifício, localizado onde, segundo a tradição cristã, Jesus Cristo foi enterrado e ressuscitou ao terceiro dia, foi alvo de obras de restauro que se prolongaram por dez meses, durante os quais foram limpos os mármores da estrutura e se reforçou a sua estabilidade, noticiou a agência espanhola “Efe”.
Foram também substituídas as telas danificadas, e tapadas as gretas com argamassa, preenchidas as fissuras e reforçados os suportes para que o “monumento dure para sempre”, realçou a arqueóloga grega.
Os andaimes, colocados pelas autoridades britânicas, em 1947, foram retirados em finais de Fevereiro último, assim como as lonas e redes que tapavam o edifício serão tiradas em breves, tornando visíveis ao público os materiais da construção, cuja apresentação será feita na próxima quarta-feira.
No topo da cúpula está colocada uma cruz grega, que ali não se encontrava anteriormente às obras de restauro e que, segundo o arqueológo Eugenio Alliata, frade franciscano, poderia ter pertencido ao projecto original.
Com um orçamento inicial de três milhões de euros, a equipa de restauro contou com um financiamento total de seis milhões, 80% destes provenientes de donativos do estrangeiro, disse à “Efe” Bonnie Burham, ex-presidente do Fundo de Monumentos Mundiais (World Monuments Funds – WWF).
Moropoulos afirmou-se satisfeita com os trabalhados e pediu à “comunidade cristã que mantenha” o restauro feito.
Em estudo está o projecto de “estabilização das fundações”, que a arqueóloga responsável entregou aos três guardiães da igreja – o ortodoxo grego, o apostólico arménio e o católico. Este estudo e a sua concretização visam evitar uma maior deterioração do edifício no futuro, apesar da grande complexidade que se revela a obra que implica drenagem de águas e os despejos subterrâneos acumulados nas fundações.
A igreja do Santo Sepulcro manteve-se aberta ao culto e aos peregrinos durante todo o processo de restauro e apenas esteve encerrada durante 36 horas, quando foi levantada a lápide que tapava a vala original de Jesus Cristo, o que não acontecia há 500 anos.