Tempo
|
A+ / A-

Liberdade religiosa diminui e cristãos continuam a ser os mais perseguidos

15 nov, 2016 - 11:04 • Ana Lisboa

Conclusões do relatório da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre apresentado, esta terça-feira, em Roma.

A+ / A-

Há uma diminuição da liberdade religiosa no mundo, revela um relatório da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

O documento, "A Liberdade Religiosa no Mundo”, analisou 196 países entre Junho de 2014 e Junho deste ano. Verificou-se que “em 11 dos países onde há das piores infracções, houve mesmo um retrocesso”, admite a directora do secretariado nacional da AIS.

Catarina Martins, da Fundação AIS Portugal, indica ainda que “a comunidade cristã continua a ser a mais perseguida”. "Nós temos países como o Iraque e como a Síria que poderá mesmo desaparecer o cristianismo nos próximos anos. E isto tendo em conta tudo o que está a acontecer, estes fenómenos de hiper-extremismo que estamos a ver, em que há um claro objectivo de eliminar todas as minorias, todas as religiões que não a predominante no Estado”, afirma.

Esta responsável diz que não são só os cristãos que podem deixar de existir em alguns países do Médio Oriente, como também outras minorias, como é o caso dos yazidis e os drusos.

Há ainda países como a Coreia do Norte, Eritreia, China, Paquistão, Irão, Arábia Saudita que impõem restrições religiosas com graves consequências para quem as violar. “O que nós temos assistido é inquéritos, é perseguições , é prisão, é torturas a toda a família e não apenas a uma pessoa”, denuncia Catarina Martins.

"Vivemos no paraíso”, resume, comentando a situação em Portugal. Catarina Martins aproveita para destacar dois pontos positivos: “A criação em 2015 no Parlamento português de um grupo de defesa dos cristãos perseguidos no mundo, com o objectivo de fazer alguma pressão sobre os outros deputados do parlamento e também influenciar algumas decisões no Parlamento Europeu através dos nossos eurodeputados. E depois também, como sendo um dos poucos parlamentos no mundo que também assinou e declarou por unanimidade este genocídio que está a acontecer no Médio Oriente relativamente às minorias yazidis, cristãos e drusos”.

O relatório “A Liberdade Religiosa no Mundo”, que é apresentado esta terça-feira em Roma, será divulgado em Portugal na próxima quinta-feira, dia 17, às 16h00 na Sociedade de Geografia em Lisboa, contando com a presença do arcebispo caldeu de Erbil, D. Bashar Warda.

Nos dias seguintes, o arcebispo iraquiano vai estar presente em várias vigílias de oração e transmitir o seu testemunho sobre a situação dos cristãos no seu país.

No dia 18 vai estar na Igreja das Taipas, no Porto; a 19, estará na Igreja de São António do Estoril; e a 20 deste mês vai dar o seu testemunho no Santuário de Cristo Rei, em Almada. Em todas estas intervenções D. Bashar Warda estará acompanhado pela irmã Guadalupe, missionária na Síria.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Viriato
    16 nov, 2016 Condado Portucalense 12:24
    Faz falta é um Adolfo da vida para tornar a haver equilíbrio demográfico e acabar com a barbárie...nós sabemos quem são os bárbaros, estamos a ser invadidos por eles na europa, com a colaboração de alguns europeus traidores. A justiça tarda mas não faltará. O melhor vai ser emigrarem para outro planeta não para outro país.
  • Fausto
    15 nov, 2016 Lisboa 19:00
    As religiões existem porque as pessoas adultas qual crianças sentem a necessidade de acreditar em algo mágico e impossível de comprovar...dá um certo conforto espiritual que alimentar determinada parte do cérebro...no entanto existem igualmente outras crenças fora das chamadas igrejas religiosas que surgiram com o avançar dos tempos que estimulam o cérebro de igual forma e permitem ao indivíduo afirmar que não tem religião...um exemplo são os super heróis eu posso afirmar que o meu deus é o homem de ferro e venero o homem de ferro de modo incontestável porque é tão possível provar que o homem de ferro existe como Deus existiu ou como os extra terrestres existirão...mas sinto me protegido ao acreditar que o super herói está a olhar por mim...
  • Alberto
    15 nov, 2016 Ribeira Brava 13:02
    Para mim liberdade religiosa é ter a liberdade de não ser religioso nem estar sujeito a leis e ditames religiosos.
  • José
    15 nov, 2016 Lousada 12:42
    "Vivemos no paraíso”, resume, comentando a situação em Portugal. Errado. Senhora Jornalista, nós (europa) não vivemos num paraíso. quando uns cedem para evitar confusões não se vive num paraíso vive-se numa paz podre.
  • PJ
    15 nov, 2016 Fundão 12:29
    Ou seja, a avaliar até pelo mapa, o ocidente é que está a importar a intolerância religiosa! Quero ver se esta notícia passa nos telejornais.
  • tugatento
    15 nov, 2016 Amarante 11:44
    Os cristãos são os mais perseguidos, e a Europa abre as portas asos perseguidores. E por esta e outras como esta que os Trump!s ganham eleições.

Destaques V+