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Jornadas Nacionais de Catequistas encerram com apelo ao envolvimento dos pais

30 out, 2016 - 18:12 • Paula Costa Dias

Catequese tem de deixar de ser “supermercado de sacramentos”, pedem catequistas.

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É preciso envolver mais os pais na catequese. Esta é a grande conclusão das jornadas nacionais de catequistas que decorreram neste fim-de-semana em Fátima. No final, o diácono Acácio Lopes, do secretariado nacional da educação cristã, lembrou que “os pais são os primeiros responsáveis pela educação dos filhos, também da educação e da transmissão da fé”. E, por isso “é importante que os catequistas sintam que também são catequistas dos pais, que são parceiros e parte integrante do próprio processo”.

Apesar de projectos já em curso há cinco anos, como a escola paroquial de pais e a catequese familiar, envolver os pais continua a ser a maior dificuldade dos catequistas.

Rosa Silva, catequista na diocese da Guarda há 16 anos, disse à Renascença que os pais demonstram que “a catequese é algo que não faz parte do processo de crescimento do seu filho”. Para os pais “é só para ir a um supermercado de sacramentos e chega porque a catequese não é fundamental”. Apontando a existência desta “barreira”, a catequista lamenta “os filhos vêm mas os pais travam muito”.

Por isso, nestas jornadas foram avançadas ideias para atenuar a situação. Rosa Silva revelou que “temos de ir mais devagarinho até aos pais com dinâmicas que não envolvam muitas vezes a Igreja”. Ou seja, “fazer por exemplo um terço de comunidade extra, chegar até eles com um lanche, com uns peddy-papers, digamos ir devagarinho, cativá-los, mesmo não envolvendo a Igreja”.

E é neste sentido que vai o documento que a Comissão Episcopal da Educação Cristã está a ultimar e que será levado à assembleia plenária de Novembro para aprovação. Segundo o diácono Acácio Lopes, “os bispos estão neste momento a preparar um documento de carácter global e estratégico sobre a catequese”. Um documento que incide na “mudança do modelo de escolarização para um modelo em que a catequese é um dos lugares de encontro com Cristo”. Uma “mudança de paradigma”, explicou Acácio Lopes “duma catequese que tinha alguma tendência à escolaridade para uma catequese do encontro”.

Nestas jornadas estiveram presentes mais de 400 catequistas de todo o país.

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