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Papa condena “estrabismo” de quem admira os famosos mas ignora os pobres

25 set, 2016 - 10:41 • Filipe d'Avillez

Numa homilia, a propósito do jubileu dos catequistas, Francisco criticou também os “profetas da desgraça, que se comprazem em apontar desvios, proferindo juízos sobre a sociedade e poluindo o mundo de negatividade”.

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Papa condena “estrabismo” de quem admira os famosos mas ignora os pobres
Papa condena “estrabismo” de quem admira os famosos mas ignora os pobres

O Papa Francisco condenou esta manhã o “estrabismo” de quem admira os ricos e famosos mas ignora os pobres.

Partindo da parábola do homem rico que tinha à porta da sua casa um pobre, chamado Lázaro, que estava coberto de chagas e desejava apenas comer as migalhas que caíam da mesa dos banquetes do dono da casa, o Papa sublinhou que o rico – que ao contrário do pobre não tem nome – não é descrito como um homem mau, mas simplesmente não reparava no sofrimento de Lázaro.

“Não vê com os olhos, porque não sente com o coração. No seu coração, entrou a mundanidade que anestesia a alma. A mundanidade é como um ‘buraco negro’ que engole o bem, que apaga o amor, que absorve tudo no próprio eu. Então só se vêem as aparências e não nos damos conta dos outros, porque nos tornamos indiferentes a tudo”, disse Francisco na sua homilia.

“Quem sofre desta grave cegueira, assume muitas vezes comportamentos ‘estrábicos’: Olha com reverência as pessoas famosas, de alto nível, admiradas pelo mundo, e afasta o olhar dos inúmeros Lázaros de hoje, dos pobres e dos doentes, que são os predilectos do Senhor.”

O Papa contrastou ainda a “dignidade” de Lázaro, “da sua boca não saem lamentações, protestos nem palavras de desprezo”, com a opulência do rico que “mesmo na morte, insiste em ser ajudado e pretende os seus interesses”, dizendo que existe aqui uma lição para os tempos actuais.

“Como servidores da palavra de Jesus, somos chamados a não ostentar aparência, nem procurar glória; não podemos sequer ser tristes e lastimosos. Não sejamos profetas da desgraça, que se comprazem em apontar perigos ou desvios; não sejamos pessoas que vivem entrincheiradas nos seus ambientes, proferindo juízos amargos sobre a sociedade, sobre a Igreja, sobre tudo e todos, poluindo o mundo de negatividade. O cepticismo lamentoso não se coaduna a quem vive familiarizado com a Palavra de Deus.”

A missa com os catequistas, que teve lugar este domingo de manhã no Vaticano, insere-se no jubileu da Misericórdia, convocada pelo Papa e que começou em Dezembro de 2015, terminando em Novembro próximo.

Comentários
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  • Estrabismo religioso
    05 out, 2016 lisboa 00:31
    Eu condeno o estrabismo de quem só vê vitimas muçulmanas e esquece os cristãos...
  • Filipe Cunha
    25 set, 2016 Ovar 13:20
    Ouviram PAF? Ou o Luis Montenegro também vai chamar o Papa Franscisco de bolchevique?

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