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Enviado do Papa sugere afastamento de bispo acusado de abusos

21 set, 2016 - 00:42

Arcebispo Anthony Apuron, do Guam, é suspeito de ter abusado de pelo menos quatro jovens rapazes, quando era ainda pároco na ilha. Apesar do escândalo, o prelado tem recusado pedir a resignação por sua própria iniciativa.

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O enviado do Papa Francisco à ilha de Guam, um território americano no Pacífico, pediu à Santa Sé que o arcebispo local seja afastado. O arcebispo Anthony Apuron é suspeito de ter abusado de quatro rapazes há várias décadas, quando era pároco.

Numa carta lida em todas as paróquias do pequeno território, o arcebispo Savio Hon Tai Fai, natural de Hong Kong, disse aos fiéis que tomou a medida porque Apuron se recusava a pedir a resignação por sua iniciativa e que o Papa está a acompanhar a situação.

“Asseguro-vos que as alegações graves contra o arcebispo Apuron continuarão a ser tratadas pela Congregação para a Doutrina da Fé, que levará a cabo um julgamento canónico”, garantiu Savio Hon Tai Fai.

“Em nome da Igreja, quero pedir pessoalmente desculpa aos sobreviventes de abusos sexuais em todo a parte, que sofreram tanto às mãos de membros do clero. Não podendo desfazer as terríveis traições de confiança e os horríveis actos cometidos contra os mais jovens e inocentes, estamos apostados em ajudá-los a sarar tanto no corpo como na alma”, lê-se ainda na carta, que foi colocada no site da diocese.

O escândalo de abusos no Guam é significativo uma vez que é dos poucos que envolve um arcebispo ainda em funções. Em 2015 o Vaticano iniciou o julgamento do arcebispo Josef Wesolowski, que era núncio apostólico na República Dominicana e era acusado de pedofilia, mas morreu de ataque cardíaco na sua residência, onde se encontrava em prisão domiciliária, no Vaticano em Agosto do mesmo ano.

Nos Estados Unidos houve um caso de um bispo que resignou depois de ter sido condenado num tribunal civil, no âmbito de um escândalo de abusos. Contudo, o bispo Robert Finn nunca foi condenado por abusos, mas sim por ter encoberto abusos cometidos por sacerdotes da sua diocese.

O Papa suspendeu Apuron em Junho, nomeando Savio Hon Tai Fai como administrador temporário da diocese enquanto o processo não fica resolvido.

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