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Bispos aguardam confirmação da visita do Papa Francisco a Fátima

20 set, 2016 - 19:11

Numa conferência de imprensa que assinala os 300 anos da elevação de Lisboa a Patriarcado, D. Manuel Clemente recordou que o secretário de Estado do Vaticano vem a Fátima em Outubro e poderá trazer novidades sobre uma eventual visita do Papa ao santuário.

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Os bispos portugueses não têm ainda qualquer confirmação sobre uma eventual visita do Papa Francisco a Fátima, em Maio de 2017, para assinalar os 100 anos das aparições.

Francisco já disse que virá, se possível, mas não existe ainda uma confirmação oficial. Espera-se que esta chegue na mala do cardeal Pietro Parolin, o secretário de Estado do Vaticano, que preside às celebrações de Fátima em Outubro.

“Como vem cá o Cardeal secretário de Estado, o Cardeal Parolin, às comemorações do 12 e 13 de Outubro, eu e os meus colegas bispos estamos à espera de alguma indicação mais precisa, porque não temos mais do que aquilo que vocês sabem”, disse esta terça-feira o Patriarca de Lisboa em conferência de Imprensa convocada para assinalar os 300 anos da elevação da diocese a Patriarcado.

As palavras de D. Manuel Clemente revelam até alguma preocupação com o escasso tempo para preparar um evento de tamanha dimensão. “Esperamos que sim, o secretário de Estado é a segunda figura do Vaticano. Porque as coisas precisam de se preparar, não é de um momento para o outro.”

Na conferência de imprensa desta tarde D. Manuel Clemente alertou para uma série de eventos que serão organizados para assinalar a data, que transformou Lisboa num dos poucos casos de patriarcado na Igreja latina. Um musical, uma exposição, a publicação de vários livros e a realização do sínodo diocesano, são algumas das iniciativas do programa celebrativo. Tudo começou com uma decisão do Papa Clemente XI.

“Aproxima-se uma data que tem bastante significado para esta porção da Igreja em torno de Lisboa, que é a data de 7 de Novembro de 1716. Foi nessa altura que o Papa de então, Clemente XI, deu o título de Patriarcal à Capela Real, que na altura era no Paço da Ribeira, e caiu depois no terramoto. Esse título depois estendeu-se ao resto da diocese que, a partir de 1740 se chama, toda ela, patriarcado”, explicou D. Manuel.

O Patriarca sublinhou, contudo, que o seu título não o coloca acima dos restantes bispos portugueses, ao contrário do que por vezes se pensa. “Muitas vezes julga-se que o Patriarca de Lisboa é o chefe da Igreja portuguesa. Não é chefe de coisa nenhuma, é servidor da diocese de Lisboa, ponto final parágrafo. E em conjunto com os outros 19 bispos diocesanos, mais os auxiliares e os coadjutores, servimos estas 20 dioceses, que se integram numa grande comunhão com as dioceses católicas do mundo inteiro, em torno do sucessor de Pedro, o bispo de Roma.”

Coração em Assis

D. Manuel comentou ainda a realização, hoje, do encontro pela Paz, em Assis, convocada pelo Papa Francisco e que juntou centenas de representantes de diferentes religiões. Dom Manuel Clemente recordou a ligação do Patriarcado de Lisboa com esta iniciativa de diálogo entre religiões.

“O Patriarcado desde a primeira hora que aderiu a este movimento inter-religioso de Assis, que teve a sua primeira realização a 27 de Outubro de 1986, depois um segundo com o Papa Bento XVI e agora esta com o Papa Francisco. Digo que aderiu, porque além desse encontro a comunidade de Santo Egídio, que foi a alma desse encontro, como agora é, em parte, organizou um dos seus encontros anuais em Lisboa, no ano 2000.”

“E logo no ano seguinte eu fui como representante do Patriarcado ao segundo encontro, em Barcelona. E no ano seguinte estive, com o Patriarca de então, em Palermo. Portanto a nossa ligação é muito forte e estamos de alma e coração”, afirmou.

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