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Crónica

Passo a passo rumo à misericórdia

30 jul, 2016 - 21:40 • Olímpia Mairos

Jovens de todo o mundo, presentes em Cracóvia, palmilharam quilómetros a pé para celebrarem a fé.

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22km e uma noite ao relento. Peregrinar cansa, mas traz recompensas
22km e uma noite ao relento. Peregrinar cansa, mas traz recompensas

Todos os caminhos convergiram em direcção ao Campo da Misericórdia, onde milhares e milhares de jovens de todo o mundo fazem a festa da juventude.

Para chegar aqui, algumas dezenas de quilómetros se fazem por ruas a transbordar de juventude, de alegria e união. A sinfonia da paz e da esperança ouve-se, toca-se. Literalmente, as artérias de Cracóvia vestiram-se de cor e festa.

Com as mochilas às costas, com o estritamente necessário para viver esta grande noite no Campus da Misericórdia, os jovens percorreram o caminho cheios de alegria e felicidade. Cantaram, rezaram, viveram em comum as dificuldades do caminho.

O sol abrasador, as subidas e descidas da estrada, o calor do asfalto, os pés já doridos e cansados de dias de peregrinação, foram como que trampolim para a entrega a Deus.

"É por Ele que estamos aqui, é a Ele que entregamos as dificuldades que experimentamos", confidenciam uns aos outros para se motivarem mutuamente.

E a maior dor para o grupo de jovens da Guarda, Viseu e Setúbal que a Renascença acompanha foi mesmo a experimentada à chegada do Campus da Misericórdia. Não puderam entrar no espaço que lhes estava reservado - B6. Foi ao fim de uma hora de espera na fila que se anunciava que já não havia espaço e que teriam que ir para outro espaço.

Aproximava-se a chegada do Papa e, já cansados, os jovens optaram por ficar num dos corredores do recinto. Aqui ouviram Francisco a desafiá-los a "calçar os sapatos" para serem "titulares em campo" e "protagonistas da história". Responderam afirmativamente através de palmas e palavras partilhadas uns com os outros.

Vivem neste momento a vigília, em clima de oração. A noite é ao relento e em Igreja Universal.

Hospitalidade Polaca

A hospitalidade emerge dos polacos com alegria e grande generosidade. Na verdade, escancararam generosamente as suas portas... Portas de casa, de escolas e outros equipamentos para acolher e dar guarida aos peregrinos. Esmeraram-se no acolhimento para que nos sentíssemos em casa. E sentimos!

Corações escancarados, sorrisos rasgados, olhares luminosos saúdam os jovens que preenchem as ruas e avenidas. Das janelas, cheias de rostos felizes, saúdam-nos com pequenas palavras em português… Estão felizes e gratos pela nossa presença e testemunho.

O acolhimento teve a marca 'requinte'… Assim foram 'beijados' os portugueses, na Paróquia de Nossa Senhora Ostrobramskiej, na cidade de Chrzanów, onde aconteceu a eucaristia de despedida, celebrada esta manhã, bem cedinho.

No final havia lágrimas. Lágrimas de alegria e gratidão, quer dos portugueses, quer dos polacos. Mas, afinal, o que nos pode separar, quando o coração pulsa em uníssono ao ritmo da mesma fé?

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