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Papa. O mundo vive uma "guerra", mas não de religiões

27 jul, 2016 - 15:25 • Aura Miguel, enviada a Cracóvia, com Ecclesia

O Papa falou aos jornalista no avião, a caminho de Cracóvia, onde já aterrou.

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Papa. O mundo vive uma "guerra", mas não de religiões

O Papa Francisco disse esta quarta-feira que mundo vive uma “guerra”, mas rejeitou a ideia de que se trate de uma “guerra de religiões”.

“Alguém poderá pensar que estou a falar de uma guerra de religiões. Não. Todas as religiões querem a paz. A guerra querem-na os outros, entendido?”, disse Francisco aos jornalistas, a bordo do avião que o levou de Roma a Cracóvia, onde participará na Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Francisco disse que “o mundo está em guerra” ao comentar o assassinato do padre Jacques Hamel, na terça-feira, durante um ataque terrorista à igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, na diocese francesa de Rouen, que acabou também na morte dos dois terroristas que executaram o ataque, ligados ao Daesh.

“É guerra. Este santo sacerdote foi morto precisamente no momento em que oferecia a oração pela paz, é um dos muitos cristãos, tantos inocentes, tantas crianças”, lembrou o Papa.

“Repete-se muito a palavra segurança, mas a verdadeira é guerra. O mundo está em guerra, guerra aos bocados”, alertou Francisco, reforçando a ideia de que se assiste a um terceiro conflito global, depois das Guerras Mundiais do século XX.

Em relação a estes conflitos, o Papa entende que a guerra não é tão “orgânica”, mas é “organizada”, dando como exemplo a situação na Nigéria, refutando a ideia de que é preciso desvalorizar situações como esta no continente africano.

“Não podemos ter medo de dizer esta verdade: o mundo está em guerra porque perdeu a paz”, insistiu.

Após saudar um a um os 70 jornalistas de 15 países, o Papa voltou a pegar no microfone para sublinhar que estava a falar de “uma guerra a sério, não de guerra de religiões”.

“Falo de guerra de interesses, por dinheiro, por causa dos recursos naturais, pelo domínio das populações”, precisou.

JMJ tem marca marcado de "fé e fraternidade"

O Papa viajou até Cracóvia, na Polónia, para participar na 31.ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), até domingo, e o Papa espera que os jovens sejam sinal de “esperança” neste momento.

Como é tradição, Francisco dirigiu, à partida, uma mensagem ao presidente da Itália, Sergio Mattarella, falando da JMJ como um encontro de “jovens provenientes de todo o mundo para um encontro significativo marcado pela fé e fraternidade”.

À chegada ao aeroporto internacional de Cracóvia, menos de duas horas depois, o Papa foi recebido pelo presidente da Polónia, Andrzej Duda, e pelo arcebispo da diocese, cardeal Stanislaw Dziwisz.

Durante a visita de cinco dias, Francisco vai participar nas cerimónias da JMJ, visitar o santuário mariano de Czestochowa e prestar homenagem às vítimas dos campos de extermínio nazi em Auschwitz-Birkenau.

Esta é a 15.ª viagem internacional do atual pontificado e a primeira do Papa à Polónia, em toda a sua vida.

A Renascença com o Papa Francisco na Polónia. Apoio: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

Comentários
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  • João Lima
    28 jul, 2016 Porto 11:13
    O Papa do políticamente correto, da "política dos afetos". No fim, não resolvem nada, não tratam de nada, não deixam marca em nada. Só frases bonitas e discursos com muito marketing político. Tipo Obama, tipo Marcelo. Não sobra é nada
  • CarlosT
    27 jul, 2016 Évora 20:07
    Agora virou moda o politicamente correto de ignorar as raízes do terrorismo, até o Papa dos católicos alinhou neste ecumenismo ideológico a que recorrem todos os lideres ocidentais que vão insistindo através dos meios de comunicação social na intenção de tanto repetirem a mentira que toda a gente não repare que o Rei vai nu.
  • Alberto Sousa
    27 jul, 2016 Montijo 19:07
    Permite-me discordar, Papa Francisco. Essa é só meia verdade! Tu não a queres revelar, pois que, não é políticamente correcto, dizer abertamente, porque tu tens por missão abrandar a selvajaria e a cobiça, neste malfadado planeta. Só que os teus esforços são vãos. Fazes-me lembrar Jesus Cristo, Tanto trbalho teve a ensinar AOS GENTIOS, o respeito e a tolerância, para Poncio pilatos daí lavar suas mãos. Mundo louco em que vivemos, não é amigo?
  • Papão
    27 jul, 2016 Vaticano 18:32
    ...eu acrescento, o mundo vive uma guerra principalmente por causa das religiões. Sempre assim foi e vai continuar a ser!
  • António Costa
    27 jul, 2016 Cacém 18:04
    Afinal os "rapazes" que degolaram o padre, estavam só ali por uma questão de dinheiro. Devia ser por causa da "caixa das esmolas", embora pessoalmente acho que teriam tido muito mais sucesso se assaltassem um banco....o pessoal que se faz explodir em mercados e mata dezenas de pessoas também deve ser por dinheiro...Enfim, sabe-se que um dos objetivos do "terrorismo islâmico" é o dos cristãos perderem a fé nos seus dirigentes. Acho que é nesta área que o terrorismo tem mais sucesso...
  • desatina carreira
    27 jul, 2016 queluz 17:45
    este papa e muito esquerdoide estamos em guerra ponto final
  • jose martins ferreir
    27 jul, 2016 lisboa 17:37
    respeito todos os comentários já feitos, contudo concordo muito com o Papa francisco, o mundo esta em guerra, de de poder.e não de religiões, porque estas são de Paz.
  • rosinda
    27 jul, 2016 palmela 17:24
    No dia 16 julho quando eu bati com o nariz na porta da praca de touros de setubal fui um bocadinho ate a beira mar ver a festa da barreira! Estavam la oito ciganas jovens muito bonitas 7 de mini-saia e uma outra de calcao cabelos muito compridos e bem lavados todas com um telemovel na mao fartaram-se de tirar selfies a elas proprias ! Provavelmente eram todas filhas ou irmas de quaresma.
  • Almocreve
    27 jul, 2016 Lisboa 17:03
    O Papa está enganado, quando diz que o mundo não vive uma guerra de religiões. É efectivamente uma guerra de religiões que se verifica. Aliás como sempre o foi. É que as religiões são as drogas do povo. Bendito seja Deus... É preciso é saber qual deles o é.
  • ernesto de la serna
    27 jul, 2016 povoa de varzim 16:39
    O Papa devia apoiar as novas Cruzadas que se aproximam.

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