25 dez, 2015 - 11:40
A comunidade internacional deve concentrar todos os esforços para “fazer cessar as atrocidades” em curso por todo o mundo, apelou o Papa neste Dia de Natal.
A partir da varanda da Praça de S. Pedro, no Vaticano, Francisco denunciou os conflitos que “ceifam inúmeras vítimas, causam imensos sofrimentos e não poupam sequer o património histórico e cultural de povos inteiros”.
“Penso ainda em quantos foram atingidos por hediondos actos terroristas, em particular pelos massacres recentes ocorridos nos céus do Egipto, em Beirute, Paris, Bamaco e Tunis”, prosseguiu o Papa durante a cerimónia da bênção “Urbi et Orbi”.
"Aos nossos
irmãos, perseguidos em muitas partes do mundo por causa da sua fé, o Menino
Jesus dê consolação e força. São os nossos mártires de hoje", disse Francisco.
Apelou a israelitas e palestinianos que retomem "um diálogo directo" para chegar a "um acordo que permita a ambos os povos conviverem em harmonia" e pediu que "o entendimento alcançado nas Nações Unidas consiga quanto antes silenciar o fragor das armas na Síria e pôr remédio à gravíssima situação humanitária da população exausta".
O Papa não esqueceu os conflitos no Iraque, Líbia, Iémen, na África subsaariana e na Ucrânia. Enviou votos de "paz e concórdia" para a República Democrática do Congo, Burundi, Sudão do Sul e Colômbia.
"Onde nasce Deus, nasce a esperança; e, onde nasce a esperança, as pessoas reencontram a dignidade. E, todavia, ainda hoje há multidões de homens e mulheres que estão privados da sua dignidade humana e, como o Menino Jesus, sofrem o frio, a pobreza e a rejeição dos homens. Chegue hoje a nossa solidariedade aos mais indefesos, sobretudo às crianças-soldado, às mulheres que sofrem violência, às vítimas do tráfico de seres humanos e do narcotráfico", declarou Francisco.
"Não falte o nosso conforto às pessoas que fogem da miséria ou da guerra, viajando em condições tantas vezes desumanas e, não raro, arriscando a vida", sublinhou.
O Papa prosseguiu a sua mensagem de Dia de Natal com "abundantes bênçãos" aos países e pessoas que "generosamente se esforçam por socorrer e acolher os numerosos migrantes e refugiados".
Deixou também uma palavra de esperança aos que não têm trabalho e pediu a quem possui responsabilidades públicas no campo político e económico que dê "o seu melhor na busca do bem comum e na protecção da dignidade de cada vida humana".